A Cruise, uma subsidiária da General Motors, apresentou à algumas pessoas o Origin, seu primeiro veículo sem volante ou pedais, e construído desde o início como um veículo autônomo. Andrew J. Hawkis, jornalista do The Verge, foi um dos convidados para conhecer o modelo e descreveu um pouco da sua experiência.

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“Não há frente óbvia para o veículo, capô, janelas laterais do motorista ou do passageiro, nem espelhos retrovisores”. Essa foi a primeira impressão que o repórter teve ao ver o carro, que possui o mesmo tamanho de um SUV crossover. Com a porta aberta, dois assentos, um de frente para o outro, um par de telas em cada lado e um grande espaço no centro. É apenas isso que há na parte de dentro. Nada de volante, pedais, câmbio ou outra coisa que permita o motorista controlar o carro caso necessário.

“Quando você não precisa de todas essas coisas, podemos ter uma cabine enorme e espaçosa sem ocupar mais espaço na estrada do que um carro comum precisaria”, afirmou Kyle Vogt, co-fundador e diretor de tecnologia da Cruise. Mas a montadora tem um grande desafio pela frente. Metade dos americanos é tão cética sobre o assunto que chegam a ter medo de carros autônomos. Para muitos, o veículo pode até dirigir sozinho, desde possam assumir o comando quando quiserem, o que não é possível com o Origin.

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“No momento em que este veículo entrar em produção, acreditamos que o software principal que impulsiona nossos veículos estará em um nível sobre-humano de desempenho e mais seguro que o motorista humano comum. Forneceremos evidências concretas para apoiar essa afirmação antes de colocar as pessoas em um carro sem alguém dirigindo”, argumentou Vogt sobre a segurança do modelo.

O Origin não é um carro de apenas uma montadora. Além da GM, que comprou parte da Cruise em 2016, a Honda investiu cerca de R$ 11,47 bilhões na empresa, que também contou com fundos do SoftBank Vision Fund do Japão e da T. Rowe Price. Com o acordo, cada empresa ficou responsável por desenvolver uma parte do veículo. A General Motors ficou responsável pelo design e pelo trem de força, a Honda pelo uso eficiente do espaço interior e a Cruise pela tecnologia de detecção e computação.

Porém, mesmo depois de pronto, não será fácil lançar oficialmente o modelo. A ausência de elementos como volante e pedais exigiria uma isenção dos padrões de segurança de veículos a motor do governo americano. A Administração Nacional de Segurança no Trânsito de Rodovias concede apenas 2,5 mil petições por ano e ainda não respondeu um pedido da própria GM de 2018 para lançar um Chevy Bolt totalmente sem motorista.

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Além disso, a empresa não é a única a se interessar pelo mercado. O Google já testou um carro sem motorista em 2016. A Ford trabalha para construir seu modelo até 2021, e a Waymo já oferece um número limitado de viagens do tipo em Phoenix.

Veja o vídeo abaixo produzido pelo The Verge sobre a experiência de Andrew J. Hawkis com o Origin.

Via: The Verge