Em uma conferência para investidores nesta terça-feira, a Pfizer afirmou que pacientes que receberam sua vacina para a Covid-19, ainda em teste, têm apresentado efeitos colaterais “leves a moderados”.

A empresa planeja testar sua vacina em 44 mil voluntários em todo o mundo, incluindo o Brasil, dos quais 29 mil já foram vacinados e 12 mil já receberam uma segunda dose. O medicamento está sendo desenvolvido em parceria com a empresa alemã BioNTech.

Em meados de agosto a Pfizer anunciou que resultados da segunda fase de testes mostram que a vacina produziu uma resposta imunológica “robusta” nos voluntários, sem efeitos colaterais graves. Participaram do estudo 45 voluntários, entre homens e mulheres de 18 a 55 anos, que foram divididos em quatro grupos: um recebeu 10 microgramas da vacina, o segundo recebeu 30 microgramas, o terceiro recebeu 100 microgramas e o quarto grupo, de controle, recebeu um placebo.

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O nível de anticorpos contra o Sars-Cov-2 no organismo dos voluntários foi de 1,9 a 4,6 vezes maior do que em pacientes se recuperando da Covid-19. Voluntários que receberam uma dose de 30 microgramas tiveram resposta imunológica melhor do que os que receberam 10 microgramas, mas pouco diferente dos que receberam 100 microgramas.

Testes interrompidos

Há pouco mais de uma semana os testes de outra vacina, produzida pelo laboratório AstraZeneca e conhecida como a “vacina de Oxford”, foram suspensos após um dos voluntários apresentar “sintomas neurológicos”. É o procedimento padrão sempre que potenciais efeitos adversos mais sérios são encontrados, para verificar sua causa e correlação com a vacina.

No último domingo (13) a Anvisa autorizou a retomada dos testes, afirmando em nota que “após avaliar os dados do evento adverso, sua causalidade e o conjunto de dados de segurança gerados no estudo, a Agência concluiu que a relação benefício/risco se mantém favorável e, por isso, o estudo poderá ser retomado”.

A vacina está na fase 3, que é o estágio final de estudos, quando os pesquisadores avaliam a eficácia e a proteção do imunizante. Segundo o Instituto Butantan, somente após a finalização do estudo de fase III e obtenção do registro sanitário é que a nova vacina poderá ser disponibilizada para a população.

Fonte: Reuters