Pfizer acredita que resultados de sua vacina contra Covid sairão em outubro

Pesquisa é uma das mais avançadas na corrida pela imunização, e empresa está otimista de que resposta sobre eficácia chegará logo
Renato Santino04/09/2020 02h01

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Cada vez mais apostas colocam outubro e novembro como meses chave para a vacina contra a Covid-19. Depois de notícias de que Estados Unidos e Europa projetando campanhas de vacinação no período, a Pfizer anunciou que espera entregar resultados que permitam saber se seu produto funciona como esperado, o que permitiria sua distribuição ainda neste ano.

Albert Bourla, CEO da companhia, fez o anúncio quando questionado pela Federação Internacional de Fabricantes Farmacêuticos e Associações, como relata a CNBC. Ele acredita que o prazo permitirá coletar evidências suficientes para saber se a vacina realmente funciona ou não. A partir daí será possível definir se a pesquisa avança para o registro e distribuição.

Por enquanto, a vacina segue na fase 3 de testes, que responderá essa pergunta tão importante sobre a eficácia protetora da vacina. A empresa ainda espera reunir mais voluntários para participar dos ensaios clínicos. Até o momento, a Pfizer já reuniu 23 mil pessoas, mas espera levar esse número no mínimo até 30 mil por todo mundo, incluindo o Brasil.

Apesar do otimismo, os resultados da fase 3 dificilmente podem ser acelerados. Isso porque eles dependem das pessoas vacinadas se exporem ao vírus de forma natural, e isso está fora do controle dos pesquisadores. Em lugares onde o vírus circula de forma mais intensa, essa resposta chegará mais rápido, mas nas áreas onde a circulação está sob controle os resultados podem demorar mais para chegar. Também não é possível acelerar o tempo do organismo para produzir resposta imunológica, que pode demorar até um mês.

A vacina da Pfizer é uma das que tem sido acelerada graças a polpudos investimentos do governo dos Estados Unidos como resultado da Operação Warp Speed. A empresa já tem 100 milhões de doses da vacina reservada pelo governo americano; inicialmente, foi noticiado que a parceria incluiria toda a produção projetada pela empresa para este ano, mas a companhia nega, afirmando que sua capacidade produtiva supera os 100 milhões para 2020, com 1,3 bilhão de doses projetadas para 2021.

O prazo de outubro também está alinhado com o que outras vacinas pelo mundo projetam para a obtenção de resultados preliminares que deem alguma segurança para o início das campanhas da vacinação. No Brasil, o governador de São Paulo João Doria sustenta que a vacina testada em parceria com o estado, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, poderá ser distribuída ainda neste ano, e o Instituto Butantan crê que pode alcançar resultados sólidos o bastante para isso justamente em outubro.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital