A multinacional americana de tecnologia IBM afirmou nesta sexta-feira (11) que os Estados Unidos devem adotar novas medidas para controlar a exportação de tecnologia de reconhecimento facial para regimes que utilizam o sistema para cometer violações humanitárias.

Através de um comunicado, a IBM explicitou que o país deve elaborar novas formas para conseguir limitar a exportação e, automaticamente, impedir que a tecnologia seja utilizada para vigilância em massa, discriminação racial e outras violações dos direitos humanos.

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Apesar de não especificar para quais países os EUA deveriam fazer esse controle de forma mais restrita, a empresa afirma que o governo americano deve limitar a capacidade de certos governos estrangeiros de obter os componentes de computação em grande escala que serviriam para implementar um sistema de reconhecimento facial.

Para isso, a IBM diz que o Departamento de Comércio do país deve controlar a exportação de câmeras de alta resolução que são usadas para a coleta de dados e ainda moderar a distribuição de softwares usados para analisar e comparar dados com bancos de imagem.

ReproduçãoSegundo a IBM, a empresa é contra o uso da tecnologia para vigilância em massa e outras formas de opressão. Créditos: LeoPatrizi/iStock

China, abuso e má conduta policial 

Segundo o Departamento de Comércio, em julho, a China implantou um sistema de reconhecimento facial na região de Xinjiang, onde houve repressão, prisões em massa e monitoramento irregular contra membros de grupos minoritários. A China, por sua vez, nega que tenha agido de forma repressiva ou arbitrária em Xinjiang.

Logo, foram adicionadas a uma “lista negra” pelo departamento várias empresas de tecnologia chinesas, sob a acusação de estarem violando os direitos humanos ao perseguir e monitorar líderes uigures, cazaques e outros grupos muçulmanos. Companhias chinesas como a Hikvision, SenseTime e Megvii foram incluídas na lista negra do Departamento de Comércio.

Além das restrições fora do país. A IBM disse ao Congresso dos Estados Unidos em junho que não ofereceria mais softwares de reconhecimento facial e que se opõe a qualquer instituição ou país que use da tecnologia para vigilância em massa e definição de perfil racial.

Fonte: Reuters