Sucessor do Megaupload causa briga entre John McAfee e Kim Dotcom

Redação18/08/2016 13h07

20160516142909

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O Megaupload 2.0, sucessor do popular site de armazenamento na nuvem Megaupload, causou atritos entre seu fundador, Kim Dotcom, e o polêmico pesquisador de segurança digital John McAfee. A briga foi iniciada ontem por conta de uma proposta de negócios feita por uma das empresas de McAfee ao Megaupload 2.0.

Kim Dotcom disse ao TorrentFreak que, ontem, recebeu uma proposta de negócios da empresa $MGT, da qual John McAfee é CEO. “Eles se ofereceram para investir US$ 30 milhões em dinheiro e ações da $MGT [no Megaupload 2.0]. Mas após algumas conversas, ficou claro que a proposta deles não era realística”, contou.

Dinheiro do nada

Segundo Dotcom, a ideia da $MGT – da qual ele alega que McAfee sabia – era fazer com que suas ações se valorizassem por conta do anúncio do investimento no Megaupload 2.0. Em outras palavras, o dinheiro seria gerado pelo próprio anúncio da parceria – algo que o fundador do Megaupload consigerou “anti-ético”.

Por esse motivo, Dotcom não aceitou a proposta, dizendo à $MGT que eles precisavam criar o dinheiro antes de que qualquer acordo pudesse ser feito. Com a negativa, porém, a empresa fez outra proposta: dar US$ 500 mil ao Megaupload para que Dotcom assinasse publicamente um termo de compromisso com a $MGT durante uma coletiva de imprensa na convenção Defcon.

Novamente, a intenção da empresa era fazer com que o preço de suas ações subisse sem que nenhum produto ou serviço concreto fosse anunciado. Dessa vez, Dotcom não apenas se negou novamente como também expôs as intenções da $MGT no Twitter:

Troca de empregos

Esse não foi, porém, o único desgaste que ocorreu entre Dotcom e John McAfee nos últimos dias. O fundador do Megaupload ofereceu a Eric J. Anderson, o diretor de tecnologia da $MGT e ex-funcionário da Rockstar, o cargo de diretor de tecnologia na Megaupload 2.0.

De acordo com Dotcom, Anderson (também conhecido como Eijah) inicialmente aceitou a proposta. No entanto, quando ele comunicou sua decisão a McAfee (seu chefe), “McAfee ficou louco, assustou o Eijah e fez sérias ameaças”.

Foi essa atitude de McAfee, mais que as propostas de negócios, que fizeram com que o fundador do Megaupload decidisse denunciar a empresa. “Eu decidi me pronunciar sobre a $MGT quando eu vi como o McAfee abusou do Eijah. Não tenho medo das consequências, eu defendo meus amigos”, disse.

Consequências, porém, já estão começando a aparecer. Hoje, por meio do Twitter, Dotcom compartilhou uma mensagem ameaçadora que teria recebido de John McAfee. “E a manhã eu lhe ensinarei uma lição: quando você começa uma guerra você não pode desfazê-la”, dizia a mensagem. A isso, Dotcom comentou: “Decidi jogar videogames o dia inteiro amanhã :-)”. O tweet pode ser visto abaixo:

Briga feia

Mesmo com a ameaça, Dotcom diz não se arrepender de sua atitute: “Eu sei que estou me expondo a ataques mas eu precisava vir a público”, disse. Segundo ele, “Eles [a $MGT] podem criar produtos reais, que criem valor real. Mas por enquanto eles estão focados em fazer anúncios para elevar o preço de suas ações em vez de criar valor verdadeiro para os investidores”.

Quase escolhido como “homem mais influente do ano” em 2013, Kim Dotcom se asilou na Nova Zelândia após o fechamento do Megaupload pelo FBI. Ele alega que o governo dos Estados Unidos, que atualmente pede sua extradição, também usava o Megaupload. Outro plano antigo de Dotcom era oferecer internet gratuita na Nova Zelândia.

John McAfee, por sua vez, além de ser conhecido pelo antivírus que leva seu nome, tem uma série de eventos estranhos à sua volta. Ele morava na Guatemala, de onde foi extraditado após ser acusado de matar seu vizinho.

Após esse acontecimento, ele já fez um vídeo zombando de seu próprio antivírus, se ofereceu para descriptografar iPhones para o FBI, hackeou um smartphone durante um programa de televisão e disse ser capaz de quebrar a criptografia do WhatsApp. Não por acaso, a Warner Bros. fará um filme sobre sua vida.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital