Quando Fernando Corbato, o homem que inventou as senhas, fala que é hora de seguir em frente, é porque provavelmente é. Há quatro anos, Corbato disse que as senhas haviam se tornado “um pesadelo”. Considerando que sua criação não se destinava à web, com as violações de dados moldando a era digital, fica claro que as coisas devem mudar.
A maioria das violações recentes de dados decorre de senhas roubadas. Conforme as plataformas digitais acumulam gigabytes de dados, incluindo informações pessoais e credenciais que usamos para obter acesso a seus serviços digitais, os custos dos ataques para hackers diminuem significativamente.
As senhas convencionais não são apenas difíceis de gerenciar, elas também são inseguras, inconvenientes e caras para que empresas possam mantê-las seguras. O site Gartner estima que, até 2022, 60% das grandes e médias empresas vão reduzir pela metade a sua dependência de senhas.
Várias tendências surgiram e começaram a permitir que o mercado adote práticas que podem substituir as senhas tradicionais e que os usuários podem ter o controle de seus dados. O primeiro grande impulso para que isso ocorra veio com a aprovação do GDPR na Europa e da Lei de Direitos de Privacidade e Execução da Califórnia.
Os consumidores se acostumaram a ter serviços “gratuitos”, que são pagos pela venda de seus dados e sem seu consentimento ou conhecimento explícito – mas os usuários estão começando a resistir.
Para atender aos requisitos estabelecidos por essas novas leis, os produtos e serviços devem ser projetados com a privacidade em sua essência e fornecer total transparência aos usuários.
Se os serviços forem construídos dessa maneira, pode ser que a biometria seja implementada. Além disso, outras formas de verificação de identidade seriam por similaridade facial e até mesmo verificação de documentos.
Tanto os governos quanto a indústria privada têm um papel fundamental a desempenhar, fornecendo acesso à novas formas de autenticação.
Especialistas apontam que, para termos um mundo sem senha, é necessário colocar os usuários no controle de seus próprios dados. Isso permite que o trabalho de entidades como o World Wide Web Consortium, que desenvolve padrões globais para a Web, e a Fido Alliance, associação dedicada à substituição de senhas por sistemas de autenticação digital, seja realizado.
O futuro sem senha pode estar bem próximo, mas tudo depende de encerrar a dependência dos usuários com senhas padrão e que podem ser facilmente descobertas e vendidas por cibercriminosos na internet.
Via: WeForum