Por ordem de Zuckerberg, Facebook favorece sites conservadores

Mudança feita no algoritmo em 2017 teria reduzido o tráfego direcionado a sites de esquerda; prejuízo pode chegar a US$ 600 mil para um dos veículos
Equipe de Criação Olhar Digital20/10/2020 21h14

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Em 2019, a editora do site de notícias progressista Mother Jones foi às redes sociais reclamar de uma redução drástica de tráfego supostamente causada pelo Facebook, acusando a rede social de prejudicar deliberadamente os veículos de esquerda na plataforma. De acordo com uma reportagem publicada pelo The Wall Street Journal na última sexta-feira (16), ela estava certa.

Segundo a publicação, o contratempo é resultado de uma mudança que o Facebook fez em seu algoritmo em 2017. À época, funcionários da rede social temiam que a atualização prejudicasse veículos conservadores, e sugeriram que fossem pensadas estratégias para não comprometer a imparcialidade do conteúdo apresentado aos usuários.

Então, na tentativa de balancear o feed de notícias, Mark Zuckerberg teria aprovado uma mudança que reduzia, de forma desproporcional, o direcionamento de tráfego para veículos de esquerda. O resultado, porém, foi exagerado. O algoritmo acabou favorecendo sites conservadores mais do que o planejado, sufocando a audiência de notícias do campo progressista.

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Mother Jones teria sido um dos veículos afetados pela mudança no algoritmo. Imagem: Sharaf Maksumov/Shutterstock

Uma das empresas afetadas foi a Mother Jones. De acordo com estimativas da editora-chefe do veículo, Clara Jeffrey, as perdas financeiras ocasionadas pela mudança estão na faixa de US$ 400 mil a US$ 600 mil.

Isso porque o tráfego do site, como revela um gráfico publicado por Clara no Twitter, caiu rapidamente para menos de 5 milhões em 2018, depois de ter crescido até a marca de 20 milhões no início do ano anterior.

Ela afirma, ainda, que o Facebook mentiu para sua equipe em reuniões sobre o algoritmo em 2017. “Eles juraram que nada de errado estava acontecendo”, escreveu.

Em defesa, o Facebook afirmou que as mudanças não tinham a intenção de impactar nenhum site específico. “Só fizemos atualizações depois que elas foram revisadas por muitas equipes para garantir que a lógica fosse clara e consistente e pudesse ser explicada a todos os editores”, disse um porta-voz da empresa ao site Business Insider.

Via: Business Insider