Na última sexta-feira (16), Megan Chan, jornalista e líder do Ecossistema de Notícias do Google, anunciou a chegada do Journalist Studio, novo recurso do Google pensado especialmente para quem tem muito trabalho de apuração pela frente. A novidade já conta com duas ferramentas que devem contribuir para a produção do bom jornalismo.

“O jornalismo de qualidade é fundamental para nossas sociedades. Ao lançar essas ferramentas, esperamos continuar usando o melhor do Google para apoiar esse trabalho importante”, afirmou a jornalista.

De acordo com Chan, o recurso surgiu de sua percepção de que o tempo para os jornalistas não é grande o suficiente se comparado ao volume de trabalho. “Os repórteres muitas vezes se deparam com uma escolha difícil: dedicar-se por semanas e fazer tudo sozinho, juntar uma equipe de colegas profissionais ou tentar desenvolver um programa para extrair os dados”, explicou Chan.

Foram dois anos de trabalho para desenvolver algo que resolvesse esse problema. Durante sua carreira, Chan se sentiu frustrada por não poder dedicar mais tempo ao que realmente importa no âmbito das notícias e reportagens. “Essa frustração bem conhecida foi um grande foco de minha carreira em redações na época em que atuei como diretora de operações digitais do The Washington Post e diretora de produto digital do site Politico. Eu me vi trabalhando constantemente para encontrar uma solução para esta questão: como os repórteres podem concentrar mais tempo em seus pontos fortes: encontrar, reportar e escrever boas histórias?”, contou.

Pensando disso, a equipe do Google que ficou responsável pelo desenvolvimento do recurso decidiu reunir o melhor da Busca do Google, inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina para dar aos jornalistas, principalmente repórteres, um conjunto de tecnologias que viabilizará eficiência, segurança e criatividade

Pinpoint

A primeira ferramenta se chama Pinpoint. Seu objetivo é ajudar jornalistas a examinarem centenas de milhares de documentos para identificar e organizar automaticamente as pessoas, organizações e locais mencionados com mais frequência.

A ferramenta funciona ao combinar a Busca do Google, Painel de informações – a caixa com um resumo do conteúdo pesquisado que aparece em destaque na posição lateral de resultados da Busca -, reconhecimento óptico de caracteres e tecnologias de fala para texto para pesquisar PDFs digitalizados, imagens, notas manuscritas, e-mails e arquivos de áudio.

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Pinpoint em ação. Imagem: Google

A Pinpoint já foi testada e se provou útil em reportagens investigativas, como a feita pelo jornal USA Today sobre as 40.600 mortes relacionadas à Covid-19 e vinculadas a casas de repouso para idosos. A ferramenta, que é capaz de analisar documentos em português, inglês, espanhol, francês, alemão, italiano e polonês, já está disponível e pode ser solicitada por jornalistas, basta que se inscrevam.

The Common Knowledge Project

A segunda ferramenta está, por ora, na prévia da versão beta. Se trata do Common Knowledge Project (Projeto de Conhecimento Comum, em tradução livre para o português), “uma nova maneira de jornalistas explorarem, visualizarem e compartilharem dados sobre questões importantes em suas comunidades locais. Os repórteres podem criar seus próprios gráficos interativos a partir de milhares de dados em minutos, incorporá-los em matérias e compartilhá-los nas redes sociais”, escreveu Chan.

O Common Knowledge Project é obra da Polygraph, uma equipe premiada de jornalismo visual, com apoio da Google News Initiative, esforço do Google para ajudar o jornalismo a prosperar na era digital.

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Exemplo de visualização de dados no Common Knowledge Project. Imagem: Google

Os dados têm origem no Data Commons, banco que compila e reúne milhares de bases públicas de dados de organizações, como demografia, economia, habitação, educação e criminalidade.

Via: Blog do Google Brasil