Em resposta ao ataque hacker sofrido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última terça-feira (3), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estuda a implementação de um comitê cibernético para monitorar a segurança dos sistemas eletrônicos dos tribunais.

O anúncio foi feito pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, nesta segunda-feira (9). O ministro afirmou que ainda discute o modelo do comitê com assessores, e que a iniciativa será formalizada em reunião do CNJ nesta terça-feira (10).

Fux reverberou a opinião de especialistas ao indicar que o evento da última semana mostrou a urgência de uma preocupação maior, por parte do governo, com a segurança digital. Ele disse ter ajuda do ministro Humberto Martins, presidente do STJ, para se debruçar sobre o caso e pensar em futuras medidas de proteção.

“Nós vamos criar um Comitê Cibernético de Proteção à Justiça Digital do Poder Judiciário, com parceria de todas as entidades que têm expertise sobre esse tema”, afirmou. “Então, todas as entidades que fizeram parceria com o ministro Humberto Martins farão com o CNJ”.

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Ministro Luiz Fux reforçou a importância da segurança digital nos sistemas eletrônicos do Judiciário. Imagem: Nelson Jr./SCO/STF

Julgamentos por videoconferência

A fala de Fux ocorreu durante sessão online que discutia o projeto “Juízo 100% Digital”, que prevê a realização de todos os atos processuais por meio eletrônico e de forma remota. Isso inclui a possibilidade (facultativa) de julgamentos e audiências feitos por videoconferência, ficando a cargo de cada tribunal decidir se adota o sistema.

Naturalmente, este é mais um motivo para o investimento em segurança digital. Estima-se que a interdição do STJ por conta do ataque tenha impossibilitado o julgamento de 12 mil processos.

Na última quinta-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou no Twitter que a Polícia Federal já identificou o hacker responsável pela invasão. “Já descobriram quem é o ‘hackeador’ (sic). Já descobriram? Pô, o cara hackeou e não conseguiu ficar aí duas horas escondido”, disse.

A informação foi confirmada no dia seguinte à TV Globo pelo delegado Rolando Alexandre de Souza, diretor-geral da Polícia Federal. Segundo Bolsonaro, Rolando foi elogiado por Humberto Martins por seu desempenho à frente do caso.

Em nota emitida na última semana, a Polícia Federal diz avaliar a extensão do ocorrido, além de buscar restabelecer a rede por meio de diligências adotadas com a participação de peritos do STJ.

 

Fonte: Globo