A empresa Trigg, que disponibiliza um cartão de crédito virtual semelhante ao do Nubank, lançou hoje em parceria com a Visa uma pulseira que funciona como um cartão de crédito. A pulseira de silicone elástico à prova d’água pode ser usada para realizar pagamentos por proximidade nas máquininhas de cartão tradicionais, substituindo o cartão para boa parte das transações.
O dispositivo se comunica com as máquininhas por meio da tecnologia NFC – a mesma usada nos pagamentos feitos com o celular, por exemplo. A ideia dela é agilizar e facilitar os pagamentos em situações como shows ou na praia – onde buscar a carteira pode ser bastante inconveniente e perigoso.
Balance a mão para pagar
Quando o usuário está com a pulseira, basta que ele aproxime-a da maquininha de cartão para pagar. A máquina em seguida solicita a senha do usuário (que é a mesma do cartão) e, quando ele insere o número, a ompra é fechada. O lojista só precisa inserir o valor da compra e selecionar o NFC como forma de pagamento.
Todo o gerenciamento da pulseira é feito por meio do aplicativo da Trigg: as compras feitas com a pulseira são marcadas, no app, com um símbolo diferente. E caso o usuário perca a pulseira, o bloqueio pode ser feito por meio do aplicativo. A empresa diz ainda que estuda liberar compras sem a necessidade de senha para alguns valores menores, para agilizar ainda mais o processo.
Para ter acesso à pulseira, é necessário ser cliente do cartão Trigg Visa. No entanto, qualquer pessoa pode solicitar o cartão a partir das 13h de hoje. Para isso, basta baixar o aplicativo da Trigg e realizar o cadastro. O custo de aquisição dela é de R$ 50. A empresa não divulga quantos cartões já emitiu, mas diz que pretende terminar o ano com 50 mil cartões ativos. Quanto às pulseiras, a empresa diz que há 10 mil delas no primeiro lote solicitado.
Pagamento do futuro
Segundo, Percival Jatobá, vice presidente de produtos da Visa, a pulseira é fruto de dois anos e meio de pesquisa realizada em parceria com a Trigg. Ela é uma extensão de um processo de “desconstrução” dos cartões de crédito tradicionais, que já estão sendo usados com menor frequência por causa da popularzação do e-commerce e de outras formas de pagamento.
Marcela Miranda, diretora da Trigg, diz que a pulseira de pagamentos tem também o objetivo de ajudar a empresa a “não ser só mais um cartão de crédito”, mas usar a forma de pagamento para contornar problemas e trazer mais conveniência. De acordo com ela, um dos desafios que a pulseira contorna é o que as mulheres encaram para buscar o cartão dentro da bolsa depois de fazer as unhas na manicure.
Há bons motivos para que as empresas invistam em uma solução de pagamento desse tipo. De acordo com uma pesquisa da empresa Juniper Research, o valor global das transações feitas com celulares e dispositivos vestíveis deve chegar a US$ 1,3 trilhão até 2019.
De acordo ainda com esse levantamento, naquele ano pagamentos desse tipo chegarão a representar 80% das transações. Em 2021, o valor bruto desses pagamentos no mundo todo deve superar os US$ 2 trilhões. Faz sentido, portanto, que empresas estejam buscando maneiras de entrar nesse mercado.