Conheça o Trigg, cartão de crédito ‘virtual’ concorrente do Nubank

Redação04/07/2017 19h05, atualizada em 04/07/2017 21h40

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As pequenas empresas que usam novas tecnologias para criar modelos de negócio atraentes para os clientes surgiram aos montes como parte do movimento de startups. A Uber é uma delas, mas há um outro ramo no setor com empresas chamadas de “fintechs”: são as startups voltadas especificamente para serviços financeiros. Nesta área, quem se destaca é o Nubank, que agora ganhou uma concorrente chamada Trigg.

A Trigg, assim como o Nubank, oferece um cartão de crédito internacional que chega pelo correio e não necessita do comparecimento a uma agência. Todo o processo – desde a solicitação até a análise de crédito – é feito digitalmente. E, enquanto o cartão de crédito de bandeira Visa não chega (o que leva de cinco a 25 dias, segundo a empresa), a Trigg lhe oferece um “cartão de crédito virtual” com o qual você pode fazer compras pela internet.

Dinheiro de volta

O diferencial que a Trigg anuncia é o seu programa de “cashback” (que significa, literalmente, dinheiro de volta). A cada mês, uma porcentagem do que você gasta na fatura (no máximo, 1,3%) é retornada na forma de dinheiro. Você pode então usá-la como desconto para a fatura do mês seguinte ou optar por doar parte ou total da bonificação resgatada.

Fora isso, a empresa também oferece algumas facilidades no uso do cartão. Todo o relacionamento é feito por meio de um aplicativo, que pode ser usado também para bloquear e desbloquear o cartão e gerar gráficos que ajudam a visualizar com quais categorias você anda gastando mais dinheiro. Você também pode indicar amigos para ajudá-los com o processo de aprovação e análise de crédito.

Vale a pena?

Embora o “cashback” seja um recurso interessante, ele não vai deixar ninguém rico. O máximo que é devolvido aos consumidores é 1,3% do valor total da fatura. E você só terá essa porcentagem de dinheiro de volta se gastar R$ 5.000 ou mais em um mês (nesse caso, R$ 65 voltam para você). Gastando de R$ 3.000 a R$ 4.900, você ganha 1% de volta. E a porcentagem vai caindo: numa fatura de R$ 100, só R$ 0,55 voltam para você.

Além disso, o Trigg tem algo que o Nubank não tem: anuidade. Para obter um cartão do Trigg, você paga R$ 118,80 por ano (em 12 parcelas de R$ 9,90), com isenção nos primeiros três meses. “Ah, mas o dinheiro que eu ganho de volta cobre a anuidade.” Isso só se você gastar pelo menos R$ 1.414,28 no mês. Abaixo disso, o seu cashback será menos de R$ 9,90. O Nubank também não cobra tarifa para saques, ao contrário do Trigg. Custa R$ 7,80 para sacar dinheiro de um caixa eletrônico no Brasil e R$ 10 para saques internacionais.

Doações

O programa Triggers, ao qual o site direciona, mostra diversas startups que estão participando de uma espécie de “reality show” para que uma delas receba o prêmio final. Ou seja, ao contrário do que pode-se deduzir, o seu “cashback” não ajuda a alimentar crianças esfomeadas, a resgatar refugiados ou a dar tratamento médico a pessoas com problemas crônicos de saúde. Ele será usado como auxílio para uma startup com “alto impacto social”, cujos benefícios podem não ser tão facilmente comprovados.

Portanto, com os custos relativamente altos associados e um diferencial pouco convincente, o Trigg parece já começar atrás de seus concorrentes, especialmente o Nubank. Para um cartão que se vende como sendo “diferente”, ele ainda é muito parecido com os cartões tradicionais.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital