Os resultados trimestrais da Apple, divulgados ontem, revelaram uma queda global na venda de iPhones. No Brasil, porém, a desaceleração das vendas de smartphones da empresa foi ainda maior: de acordo com dados da empresa de pesquisa de mercado Gartner citados pela Folha de São Paulo, o número de iPhones vendidos no país entre abril e junho de 2016 foi 40% menor que o do mesmo período do ano passado.
Ao todo, no segundo trimestre deste ano, a Apple vendeu 498 mil iPhones por aqui. Não foi só ela, porém, que vendeu menos que no ano passado. O mercado brasileiro de smartphones como um todo moveu 25% menos unidades que no mesmo período de 2015 (caindo para 10,6 milhões). Ainda assim, a queda acentuada de vendas de iPhones no Brasil fez com que a Apple perdesse espaço no mercado.
Dentre as demais fabricantes de smartphones, a única que perdeu mais mercado que a Apple foi a LG, que viu uma queda de 43% em suas vendas no país ao longo do último trimestre. A Samsung, por outro lado, foi a que menos perdeu, com redução de 13%.
Isso fez com que a Samsung ficasse com 42% de participação no mercado brasileiro de smartphones, o que representa uma espécie de “ressurreição”. Isso porque, até 2013, a companhia sul-coreana era responsável por mais da metade das vendas de smartphone no Brasil.
A fabricante Blu, por outro lado, foi a única empresa que viu um aumento no seu número de vendas no Brasil entre os segundos trimestres de 2015 e 2016. O resultado continua uma trajetória de crescimento da empresa no mercado brasileiro. O gráfico que compara o desempenho das principais fabricantes de smartphones no país pode ser visto abaixo (o gráfico diz “1º tri” por tratar-se do primeiro trimestre fiscal; esse período equivale ao segundo trimestre do calendário normal):
Crescimento dos serviços
Apesar da queda acentuada na queda de iPhones no mundo, a divulgação dos resultados trimestrais da Apple ontem fez com que suas ações crescessem 7%. O principal motivo disso, de acordo com o Gigaom, foi o crescimento de 19% mostrado em seu setor de serviços.
Esse ramo de negócios da empresa inclui a iTunes Store, a Apple Music e a App Store. Combinados, esses serviços geraram uma receita de US$ 6 bilhões à empresa, o que representa um aumento de 19% com relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, a loja de aplicativos da Apple teve o melhor trimestre de sua história.
Pode não parecer grande coisa – ainda mais quando comparado ao iPhone, que em 2015 foi responsável por gerar estonteantes US$ 155 bilhões em receita para a Apple. No entanto, a empresa já previa essa desaceleração nas suas vendas de smartphones.
O fato de que o ramo de serviços da empresa está crescendo tanto, por outro lado, indica que a Apple é cada vez mais capaz de ganhar dinheiro com seus usuários atuais, mesmo que o ritmo em que novos usuários chegam à empresa diminua. Para os investidores, isso representa uma conquista importante e, coerentemente, o preço das ações da empresa subiu.