O iPhone não é mais o mesmo. O smartphone que sustentou por tantos anos um crescimento rápido e forte das receitas da Apple segue uma trajetória descendente em vendas e faturamento. A empresa anunciou nesta terça-feira, 26, que o terceiro trimestre fiscal em 2016 (o segundo trimestre do calendário comum) teve uma queda de 15% nas vendas na comparação com o mesmo período de 2015.

Isso não quer dizer que a empresa vai mal das pernas, muito pelo contrário. O iPhone ainda teve 40,4 milhões de unidades vendidas e gerou receitas de US$ 24 bilhões, o que ainda impressiona. No entanto, os números já foram maiores, e mostram uma desaceleração no interesse pelos produtos da Maçã, embora o mercado de smartphones como um todo esteja reduzindo. Isso pode se tornar preocupante para a empresa no longo prazo se a tendência continuar.

O grande problema é que apesar de ainda faturar horrores (US$ 42 bilhões no trimestre) e lucrar muito (US$ 7,8 bilhões no trimestre), o iPhone ainda é a galinha de ovos de ouro da Apple, responsável por mais da metade de tudo que a empresa arrecada com suas vendas. Nenhum outro produto é tão rentável, o que significa que se o iPhone começar a declinar mais seriamente, a companhia passará a ter problemas graves.

Isso já está começando a ser sentido. As receitas da Apple no trimestre chegaram a US$ 42 bilhões, o que ainda é impressionante, mas neste período do ano passado este número era de US$ 49,6 bilhões, totalizando uma queda de 15%. O lucro também caiu de US$ 10,7 bilhões para US$ 7,8 bilhões, que é uma redução de 27,1%.

A tendência negativa se manteve para o iPad e foi verificada também nos Macs. O tablet da Apple segue em queda livre, vendendo 10 milhões de unidades no trimestre (contra 10,9 milhões no ano passado), mas teve um salto de receitas de 9%, provavelmente graças a linha iPad Pro, que é vendida a preços maiores. Enquanto isso, a linha de computadores da empresa teve 4,2 milhões de unidades vendidas (contra 4,7 milhões do ano passado).

Se há um ponto positivo nesta história é a divisão de serviços da Apple, que inclui iTunes, Apple Music e a App Store. A área faturou US$ 6 bilhões e viu um salto de 19% nas receitas em comparação com o ano passado, muito graças ao melhor resultado da história da App Store.