O Virgin Hyperloop, veículo de alta velocidade que está em estágio de desenvolvimento, foi testado pela primeira vez, no deserto de Nevada, nos Estados Unidos, na tarde do último domingo (11). Estavam dentro do veículo dois funcionários da empresa que se dispuseram a testar o meio de transporte.
O trajeto não era longo: a pista de testes possuía apenas 500 metros, que foram percorridos em 15 segundos pela estação que levava os diretores Sarah Luchian e Josh Giegel. O objetivo era testar principalmente o conforto e estabilidade do veículo em uma situação de transporte real.
A velocidade total atingida pelo trem foi de cerca de 172 km/h, o que está longe da capacidade total planejada pela Virgin Hyperloop para o modelo final, que pode chegar a mais de 1.000 km/h. Para efeitos de comparação, o veículo, em seu potencial total, poderia levar passageiros do Rio de Janeiro a São Paulo em cerca de 30 minutos.
Algumas empresas vêm trabalhando nesta tecnologia de transporte como uma das soluções econômicas de mobilidade para o futuro, principalmente para longas distâncias. A ideia inicial foi proposta pelo empresário Elon Musk, investidor no ramo automobilístico com a montadora Tesla.
Protótipo de um modelo do Virgin Hyperloop em Dubai. Foto: slava296/Shutterstock
Ele sugeriu a ideia de trens que se movimentassem em tubos a vácuo, e pudessem atingir grandes velocidades sem a necessidade de uma grande combustão para tal. Desde então, alguns protótipos vêm sendo apresentados ao mundo, como o Virgin Hyperloop: o primeiro a transportar passageiros em um teste. Sarah Luchian, que pôde experimentar a sensação da viagem, mesmo que por poucos segundos, a definiu como tranquila, porém “estimulante psicológica e fisicamente”, comentou.
Desafio estrutural
O grande desafio que os projetos de hyperloop enfrentam é sua aplicação estrutural em cidades, países e até internacionalmente. Rodovias, sistemas de tubulação de água e esgoto, e outras infraestruturas que os centros urbanos possuem são complexas de serem instaladas e operadas: a adição de mais um sistema como este, principalmente caso seja privado, sem a possibilidade de operação entre concorrentes, torna sua viabilidade prejudicada.
Luchian comenta sobre a dificuldade a ser enfrentada, entendendo que o governo deve ser um parceiro na instalação do sistema. “A infraestrutura é um foco muito importante para tantas pessoas no governo. Sabemos que as pessoas estão procurando soluções. Elas estão procurando o transporte do futuro. Podemos continuar construindo sistemas de transporte de hoje, ou de ontem, e continuar encontrando os mesmos problemas que eles trazem. Ou podemos realmente procurar construir algo que resolva esses problemas.”.
Fonte: The Verge