A fabricante de chips Broadcom já está há algum tentando comprar a Qualcomm, empresa estadunidense responsável pelos processadores de smartphone da linha Snapdragon. A Broadcom já havia feito uma oferta que a Qualcomm recusou; agora, segundo fontes ouvidas pela Reuters, a empresa pretende aumentar a oferta.
O valor total da oferta recusada previa um pagamento de US$ 70 por ação da Qualcomm. De acordo com as fontes do site, porém, a Broadcom estaria preparada a oferecer até US$ 82 por ação. Supondo que o valor total do acordo aumente de maneira proporcional, a nova oferta de compra pode chegar a um total de mais de U$ 121 bilhões (R$ 390 bilhões).
A oferta inicial totalizava US$ 103 bilhões, mas era elevada à marca próxima dos US$ 130 bilhões porque a Broadcom também se oferecia para assumir uma dívida da Qualcomm na casa dos US$ 25 bilhões. Com a dívida, a nova oferta chega aos US$ 146 bilhões (R$ 471 bilhões).
Trata-se de um valor exorbitante, que colocaria essa como a maior fusão da história da tecnologia. Segundo dados do Banco Mundial, esse preço é aproximadamente equivalente ao PIB do Catar em 2016, e superior ao PIB de países como Equador, Hungria, Marrocos e Ucrânia.
Outros benefícios
Além do valor, a Broadcom também estaria preparada a oferecer uma taxa de quebra de contrato maior do que o comum. Em geral, quando um acordo desse tipo não pode ser cumprido por qualquer motivo, uma empresa paga à outra cerca de 3% a 4% do valor total do acordo. A Broadcom, no entanto, pretende oferecer mais.
Isso porque existe uma boa probabilidade de que a compra da Qualcomm pela Broadcom não aconteça mesmo que as duas empresas estejam de acordo. Mesmo antes de ser formalizada, a proposta de aquisição já causou preocupação em algumas das autoridades reguladoras que precisariam aprovar o acordo – e preocupou também outras gigantes da tecnologia, como Apple e Microsoft.
Expectativa
Para a Broadcom, um acordo pode ser fechado nos próximos 12 meses. A Qualcomm, não entanto, não está tão otimista: segundo ela, o processo de aprovação regulatória para que a aquisição fosse liberada duraria pelo menos 18 meses. Segundo a fabricante dos processadores Snapdragon, a proposta da empresa chinesa é uma tentativa de comprar a empresa por um preço abaixo do que ela vale, por conta de eventos recentes como uma multa bilionária que a Qualcomm tomou na Europa.
Justamente por isso, o Engadget acredita que o plano da Broadcom pode dar certo. Afinal, se era mais dinheiro que a Qualcomm queria, a empresa asiática pode oferecer. Além disso, a Broadcom também acabaria comprando junto alguns dos problemas que a Qualcomm tem agora, como uma longa disputa judicial com a Apple.