Em novembro, a fabricante de chips Broadcom expressou interesse em comprar a rival Qualcomm por US$ 130 bilhões. Se o negócio for fechado por esse valor, será a maior aquisição da história da tecnologia. Mas ao menos duas grandes empresas estão preocupadas com essa possibilidade.
Uma recente reportagem da CNBC apurou que Google e Microsoft estão entre as empresas que abordaram a Qualcomm com “preocupações” a respeito de uma fusão com a Broadcom. A razão da preocupação tem a ver com a Apple e com o futuro dos investimentos em inovação que viriam depois.
A Broadcom teria a “reputação” de dar mais prioridade ao corte de custos do que ao investimento em novas tecnologias. Já a Apple pode acabar se tornando um fator determinante para a fusão, já que vem travando uma batalha judicial contra a Qualcomm desde o início deste ano.
Se a Broadcom comprar a Qualcomm, é mais provável que a guerra judicial contra a Apple chegue ao fim com uma conclusão satisfatória para a criadora do iPhone. Já para Google e Microsoft, as implicações são outras.
A grande maioria dos dispositivos Android no mundo dependem de componentes da Qualcomm. Já a Microsoft começou recentemente a projetar uma versão do Windows 10 que funcione em processadores de celular, como os fabricados pela Qualcomm.
A Qualcomm já rejeitou a oferta inicial de US$ 130 bilhões, mas a Broadcom, que tem influência no conselho da rival, vem substituindo diretores para alterar a decisão final da empresa. Por se tratar de uma quantia tão grande de dinheiro e pelo risco de formar um monopólio, a fusão também corre riscos de não ser aprovada por órgãos reguladores internacionais.
Ainda de acordo com a reportagem da CNBC, a Qualcomm pediu que Google e Microsoft não venham a público criticar a oferta para não atrapalharem as negociações. Nenhuma das empresas citadas na matéria quis comentar o assunto.