Depois de derrotar o campeão mundial de Go e aprender a jogar videogame, a inteligência artificial da DeepMind, empresa do Google, adquiriu mais uma habilidade: economizar energia. De acordo com Demis Hassabis, o CEO da DeepMind, o Google vem usando os produtos da empresa para reduzir o consumo de energia em seus data centers.
Em entrevista à Bloomberg, Hassabis explicou que o sistema consegue alterar diversos fatores do funcionamento dos data centers para otimizar seu funcionamento. “Ele controla cerca de 120 variávis no data center. Os ventiladores, sistemas de refrigeração, janelas e outras coisas”, disse. “Eles [os funcionários do Google] ficaram bem surpresos”.
Ainda de acordo com o CEO da Deepmind, a inteligência artificial usada nessa tarefa não é muito diferente da que aprendeu a jogar videogame. Com os jogos de Atari, a inteligência artificial aprende a controlar diversas variáveis para obter a maior pontuação. Nesse caso, contudo, a “pontuação” é a redução do consumo de energia.
Mais limpo e barato
Segundo o Recode, essa nova tarefa pode ser a chave para o modelo de negócios da DeepMind. O sistema da empresa conseguiu reduzir em 40% os custos de refrigeração dos data centers e aumentar em 15% a eficiência de seu uso de energia.
Trata-se de uma economia extremamente expressiva. Em 2014, por exemplo, o Google utilizou mais de 4,4 milhões de MWh (megawatts hora) de energia. Esse consumo equivale ao de mais de 366 mil domicílios norteamericanos.
Com o preço do MWh nos Estados Unidos variando entre US$ 25 e US$ 40, a conta de energia da empresa pode ser extremamente cara. Se uma pequena parte da economia da empresa for repassada à DeepMind, a companhia de Demis Hassabis pode gerar bastante receita com esse negócio
Apesar de suas realizações impressionantes, a empresa ainda não tem um método claro para gerar receita. Outras parcerias que a DeepMind tem feito recentemente em busca de maneiras de se sustentar incluem um acordo com um hospital oftalmológico do Reino Unido para ajudar a combater cegueira.