O News Showcase, iniciativa de apoio ao jornalismo profissional apresentada pelo Google nesta quinta-feira (1º), tinha lançamento anunciado para Alemanha, Brasil e Austrália. Esta última, porém, foi cortada da lista de última hora devido a “complicações regulatórias”.
O pano de fundo por trás da exclusão são as divergências entre a Big Tech e o governo australiano acerca de uma proposta regulatória que, se levada adiante, poderia causar desconforto financeiro à filial da companhia no país.
Apresentada pela Comissão Australiana de Concorrência e Consumidores (ACCC), a proposta prevê medidas que obrigariam empresas como Google e Facebook a pagarem aos veículos de mídia pela veiculação de notícias.
No entendimento das autoridades, a gigante de tecnologia deveria desembolsar uma determinada quantia sempre que exibisse links da imprensa australiana nos resultados de pesquisas.
Desse modo, a decisão de retirar a Austrália do cronograma de lançamento soa como uma resposta às exigências “impraticáveis” que vêm sendo cobradas pelo país. O Google anunciou que decidiu suspender contratos com cinco veículos locais cujas notícias deveriam aparecer no News Showcase.
Nova ferramenta leva “stories” com notícias ao Google News. Imagem: BigTunaOnline/Shutterstock
“Enquanto trabalhamos para entender os impactos do código de negociação da mídia de notícias sobre parcerias e produtos, colocamos este projeto em pausa por tempo indeterminado”, afirmou a diretora do Google para a Austrália e Nova Zelândia, Melanie Silva, em declaração à Reuters.
“Nossas preocupações sobre o código de conduta sugerido pela ACCC são sérias, e esperamos que elas sejam resolvidas em breve para que possamos trazer o News Showcase para a Austrália”, ela acrescentou.
A nova iniciativa do Google, apresentada no Brasil como “Destaques”, consiste em agregar notícias de veículos selecionados em “stories” no aplicativo do Google Notícias. A Big Tech anunciou que vai destinar US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bi, aproximadamente) a parcerias com empresas jornalísticas nos próximos anos.
É interessante observar que, em parte, a ferramenta entrega justamente o que foi pedido pela ACCC, apoio aos veículos de imprensa, mas o faz de maneira mais branda, sem pagar por cada link exibido na Busca, como sugerido pela Austrália.
Via: Reuters