As gigantes de tecnologia Google, Facebook, Samsung, Sony, HTC e Acer anunciaram ontem a criação de uma organização internacional sem fins lucrativos para promover o crescimento da indústria de realidade virtual. A organização levará o nome de Global Virtual Reality Association (ou GVRA).

De acordo com as empresas, o objetivo da associação será “promover o desenvolvimento responsável e a adoção de realidade virtual globalmente”. Para isso, seus membros “criarão e compartilharão guias de boas práticas, realizarão pesquisas e unirão a comunidade de realidade virtual conforme a tecnologia avançar”. A ideia é que o grupo também sirva de meio de campo entre consumidores, criadores e legisladores envolvidos no assunto.

Os membros do grupo acreditam que “a realidade virtual tem o potencial de ser a próxima grande plataforma de computação”, e que ela poderá melhorar “setores desde a educação até a saúde”. Por isso, uma associação dedicada a financiar pesquisas e promover o conhecimento em torno dessa tecnologia seria de grande importância.

Os membros envolvidos

Embora as seis empresas envolvidas tenham seus negócios principais em outras áreas, todas elas têm ao menos um pequeno investimento em realidade virtual. Os maiores casos são o Facebook (que comprou a Oculus em 2014 por US$ 2 bilhões) e a HTC (criadora do Vive, que é o dispositivo de realidade virtual mais completo – mas também mais caro – do mercado).

Samsung e Google também fazem apostas grandes no setor. A Samsung vem investindo nessa área com o Gear VR, um aparelho voltado para uso com seus smartphones top de linha. O Google, por sua vez, também foca no uso de realidade virtual com celulares. A empresa já pensa nessa questão há tempos, disponibilizando a plataforma Cardboard para uso com smartphones Android. Mais recentemente, ela revelou também o Daydream View, um visor de realidade virtual mais robusto, dedicado a smartphones Android com a certificação Daydream.

Finalmente, a Sony e a Acer ainda têm uma participação mais recente nesse setor. A Sony lançou há pouco tempo o PlayStation VR, um visor voltado para uso com o PlayStation 4 Pro. A empresa disse que não lançaria o aparelho de realidade virtual no Brasil, mas ele já pode ser comprado aqui no mercado paralelo). A Acer, por sua vez, é a integrante mais recente desse time e deve desenvolver projetos ligados à plataforma aberta de realidade virtual da Microsoft.

Futuro

Por enquanto, apenas a criação da associação foi anunciada. As empresas envolvidas ainda não divulgaram planos mais concretos ou projetos que já estejam em andamento. No entanto, o mais provável é que ela funcione como uma espécie de agência regulatória internacional de padrões, o que deve ajudar os dispositivos e softwares de realidade virtual a conversarem melhor entre si.

Uma notável omissão da lista de empresas envolvidas, contudo, é a Microsoft, como aponta o The Next Web. A empresa também vem investindo pesadamente nesse setor, mais especificamente na ideia de “realidade mista” promovida pelo seu equipamento HoloLens. Sua ausência na organização leva a crer que a Microsoft tem uma visão diferente em relação à das empresas da GVRA para o futuro da realidade virtual.