Testamos: divertido, PlayStation VR ainda precisa superar barreira do preço

Redação05/09/2016 19h50, atualizada em 05/09/2016 20h10

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Quem visitar a Brasil Game Show, um dos maiores eventos de games da América Latina, em São Paulo, pode ter a chance de experimentar o PlayStation VR, óculos de realidade virtual do PlayStation 4. O acessório permite que o usuário jogue títulos em 360 graus com toda a imersão possível pela tecnologia e está disponível para os visitantes do evento no estande da Sony.

Nesta segunda-feira, 5, último dia de BGS, o Olhar Digital testou o dispositivo. Entre os games disponíveis ao público para teste, fomos convidados a conhecer o Rez Infinite, um jogo do gênero “corrida infinita” (endless runner) com elementos psicodélicos, gráfico pixelado e mecânicas dos famosos jogos “de navinha” da época do Atari.

Na demo de quase 5 minutos a que tivemos acesso, você controla uma nave eletrônica, voando sempre para a frente. No caminho, naves inimigas surgem na sua frente atirando mísseis e tentando te destruir. Pressionando e soltando o X no DualShock, você deve marcar e disparar contra os inimigos, mirando apenas com o movimento do headset de realidade virtual, que lhe permite ver o ambiente em todas as direções possíveis.

Em termos de imersão, o PSVR não deixa a desejar. Embora os gráficos de Rez sejam bem simples, é possível sentir como se você estivesse dentro daquele mundo virtual de verdade. A julgar pela demonstração, gráficos fotorrealistas com essa tecnologia devem ser ainda mais impressionantes. É claro que a experiência pode mudar de acordo com o game e com o estúdio, mas Rez certamente é um exemplo que deu certo em termos de como usar a tecnologia a favor de uma mecânica interessante.

Já o headset, em si, é muito confortável e leve. Não há qualquer limitação nos movimentos da cabeça e, mesmo bem firme, sem folgas ou espaços sobrando, você não sente como se o PSVR estivesse apertado demais. O encosto dos olhos e a distância podem ser ajustados, o que também favorece os jogadores com algum tipo de deficiência visual leve (miopia ou hipermetropia, por exemplo), que não podem usar seus óculos de grau enquanto jogam em realidade virtual.

Resumidamente, a experiência com o PSVR é extremamente divertida e empolgante. O que incomoda, porém, é um fator externo ao gameplay: o preço. Ainda sem valor ou data de lançamento definidos para o Brasil, o headset começa a ser vendido nos EUA em outubro por US$ 400. O acessório chega a custar ainda mais caro do que um PS4, que pode ser encontrado por US$ 350 em algumas lojas norte-americanas.

Se em dólar o preço assusta, a projeção de venda do dispositivo no Brasil (mais de R$ 1.500 em conversão direta) é ainda mais difícil de engolir. Continua sendo mais barato do que o Oculus Rift, por exemplo, mas caro demais para o que deveria ser “apenas” um acessório, e que mais parece um novo videogame a julgar pelo valor.

Com um preço tão alto, o PSVR corre o sério risco de não se popularizar. E se isso acontecer, o interesse dos estúdios em criar games compatíveis também pode ser abalado. Resultado: jogadores que pagaram um valor absurdo pelo acessório e que mal podem jogá-lo porque não há títulos suficientes para a plataforma. Mais ou menos o que aconteceu com o Kinect no fim de sua vida útil.

É claro que isso pode mudar com o lançamento do prometido “PS4 Neo”, suposta nova versão do console da Sony com mais poder de processamento para rodar games melhores em realidade virtual. A Microsoft também planeja algo nessa linha com o já anunciado Project Scorpio para o ano que vem. Só os consumidores, porém, é que vão determinar se a realidade virtual é essa revolução que a indústria imagina ou se é apenas mais um investimento furado.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital