Facebook estaria planejando encarar YouTube, Netflix e TVs tradicionais

Equipe de Criação Olhar Digital25/05/2017 12h44

20170525095433
Publieditorial
Megaprojetos

Já faz tempo que o Facebook hospeda vídeos em sua plataforma, mas a rede social de Mark Zuckerberg parece ter planos de ir muito mais longe. Múltiplas fontes familiarizadas com a situação contaram à Reuters que a empresa está em negociação com sites como BuzzFeed, Vox e ATTN para criar programas de vídeo exclusivos para a rede social.

As fontes, que pediram para não ser identificadas porque as negociações são confidenciais, disseram que os programas terão dois formatos diferentes. Alguns serão shows roteirizados, com duração de 20 a 30 minutos e intervalos comerciais, e o Facebook será o proprietário desses conteúdos; outros serão de propriedade dos próprios criadores, terão de cinco a dez minutos de duração com comerciais não especificados e poderão ser roteirizados ou não.

Pelos programas do primeiro tipo, a rede social pagará até US$ 250 mil por episódio. Os mais curtos, por sua vez, custarão de US$ 10 mil a US$ 35 mil ao Facebook. Nos dois casos, a plataforma ficará com 45% da receita gerada com publicidade, com o resto indo para os criadores. A estratégia é semelhante à usada pela Netflix e pela Amazon para comprar programas para suas plataformas de streaming (com a diferença de que elas não mostram comerciais).

A TV do futuro

Não é a primeira vez que o Facebook dá indícios de que pretende se transformar na TV do futuro. Além de já possuir uma grande quantidade de vídeos e de conteúdo ao vivo, a rede social vem testando, por exemplo, a transmissão ao vivo de partidas de esportes tradicionais – incluindo futebol – e de campeonatos de eSports, até mesmo com áudio em português.

Essas medidas seriam uma maneira de a rede social disputar a atenção dos usuários com outros serviços de vídeo, como o YouTube, a Netflix e, naturalmente, os canais tradicionais de televisão. O YouTube já vem investindo na produção de conteúdo original por meio do YouTube Red, e a Netflix também investe na criação de séries e documentários originais, até mesmo no Brasil.

Mas o objetivo ao atrair mais atenção dos usuários seria, no final das contas, obter mais dinheiro de publicidade. Para os anunciantes, quanto mais pessoas assistem a vídeos em uma plataforma – e quanto mais tempo elas ficam -, mais interessante é anunciar nela.