Ex-gerente é acusada de lucrar com informação privilegiada da Amazon

Laksha Bohra repassava para o marido e o pai dados financeiros sigilosos da companhia. Com este conhecimento prévio, eles compravam e vendiam ações antes dos anúncios de lucro da empresa
Redação01/10/2020 20h09, atualizada em 01/10/2020 21h50

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Uma ex-gerente sênior do departamento de Impostos da Amazon foi acusada pela Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos de negociar e lucrar ilicitamente com informações privilegiadas. Segundo o órgão federal, Laksha Bohra repassou para o marido, Viky Bohra, e para o pai, Gotham Bohra, informações financeiras privilegiadas, entre janeiro de 2016 e julho de 2018. A prática ilegal permitiu que o trio ganhasse US$ 1,4 milhão com a compra e a venda das ações antes dos anúncios de lucro da companhia.

A reclamação foi apresentada no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Ocidental de Washington. Com a prática, o trio violou a Seção 10 (b) do Securities Exchange Act de 1934 e a Regra 10b-5. E, pelo crime, os três concordaram em pagar uma restituição total de US$ 1.428.094, mais juros de pré-julgamento de US$ 118.406 e multa de US$ 1.106.399.

Reprodução

Reclamação da Comissão de Valores Imobiliários dos EUA destaca que Laksha, Viki e Gotham Bohra usavam 11 contas em nome de diferentes membros da família. Crédito: Mark Van Scyoc/Shutterstock

Uma posição privilegiada

Conforme a Liberação de Litígio nº 24923/28 de setembro de 2020, na posição em que se encontrava, Laksha era responsável por preparar e revisar os cálculos usados para finalizar os dados financeiros da Amazon. Tinha acesso inclusive aos ganhos trimestrais e anuais da empresa fundada por Jeff  Bezos. Essas informações sobre o desempenho financeiro da companhia foram muito bem manipuladas pelos Bohras, resultando no ganho milionário anunciado pela SEC. Eles usaram 11 contas separadas, que eram mantidas por diferentes membros da família.

A reclamação da Comissão de Valores Mobiliários ainda alega que Laksha desconsiderou os lembretes trimestrais que a proibiam de passar informações materiais não públicas ou recomendar a compra ou venda de títulos da Amazon.

“Alegamos que os Bohras usaram repetida e sistematicamente as informações confidenciais da Amazon para seu próprio benefício”, disse Erin Schneider, que atua como diretora do Escritório Regional da SEC em São Francisco. “Os funcionários com acesso a informações corporativas confidenciais e potencialmente capazes de movimentar o mercado não podem usar essas informações para enriquecer a si próprios, a seus amigos ou famílias”, acrescentou.

Outra ação paralela foi impetrada pelo Gabinete do Procurador dos EUA para o Distrito Ocidental de Washington contra Viky Bohra.

Fonte: US Securities and Exchange Commission

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital