Há uma classe de vírus chamada de vírus gigantes que podem ser confundidos com células e seus genomas são tão complexos que seriam capazes de controlar o metabolismo de seres vivos.
Por terem sido descobertos apenas neste século, os vírus gigantes são uma novidade até mesmo para a comunidade científica. Ainda assim, acredita-se que eles existem há tanto tempo quanto os vírus normais, mas que foram confundidos com células vivas até então.
A confusão surgiu das semelhanças entres as características genéticas, que antes eram apenas atribuídas a células ou a seres unicelulares, como as bactérias. “Em termos de repertórios genômicos, eles têm muito mais em comum do que esperávamos”, explicou Frank Aylward, ecologista microbiano do Instituto Virginia Tech, nos Estados Unidos.
Em estudo recente que abordou os tais vírus gigantes, cientistas descobriram que eles possuem uma enorme diversidade de genes envolvidos em aspectos do metabolismo celular, como captação de nutrientes e de luz.
No entanto, já em pesquisas anteriores, descobriu-se que esses genes metabólicos podem ter sido adquiridos de hospedeiros infectados, de uma forma simbiótica, por esses vírus gigantes.
“Isso implica que os vírus possuam esses genes há milhões de anos, até bilhões de anos, e são genes metabólicos específicos de vírus”, afirmou Aylward. “Uma vez que os vírus infectam uma célula, não podemos mais pensar nela como sua própria entidade autônoma. Os aspectos fundamentais da fisiologia celular estão sendo reconectados por esses vírus após a infecção”.
Portanto, vírus gigantes e seus ancestrais podem ter vivido ao lado de organismos celulares por eras, não apenas se replicando dentro das células de seres vivos, mas também exercendo uma influência invisível em seus processos metabólicos.
Agora, os cientistas pretendem realizar uma nova pesquisa para explorar o metabolismo das células hospedeiras e como esse processo pode ser afetado pelos vírus gigantes.
Via: ScienceAlert