Vice-presidente do Facebook minimiza impacto da Cambridge Analytica

Andrew Bosworth ainda afirmou que Donald Trump ganhou eleição por conta da rede social
Equipe de Criação Olhar Digital09/01/2020 14h29

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Publieditorial

Quando os documentos da Cambridge Analytica foram divulgados em 2018, a proteção de dados dos usuários se tornou o grande assunto da mídia. Porém, Andrew Bosworth, vice-presidente de realidade virtual do Facebook, afirmou em um artigo que o escândalo não foi nada demais. Além disso, Bosworth admitiu que Donald Trump se elegeu presidente dos Estados Unidos por conta da rede social. O The New York Times teve acesso ao documento interno no qual ele afirma isso, além de escrever sobre o cuidado com dados pessoais e desinformação.

Em relação ao escândalo da Cambridge Analytica, o vice-presidente afirmou que foi “totalmente um não-evento”, dizendo que eles venderam propaganda enganosa. Além disso, falou que a escala utilizada por eles nos estudos não era significativa. Bosworth era o responsável pela publicidade do Facebook na época do escândalo. Ele afirmou, também, que a empresa britânica atuou de forma irregular quando obteve os dados de milhões de pessoas.

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Apesar de considerar justa a repercussão negativa que o Facebook recebeu, ele minimiza o impacto do serviço, dizendo que os detalhes sobre o caso estavam quase todos errados. A rede social afirmou que o acesso que a empresa teve aos dados de seus usuários não foi um vazamento de informações, já que a plataforma permitia que os desenvolvedores parceiros acessassem dados de amigos dos usuários. Apesar disso, o Facebook é categórico ao dizer que a Cambridge Analytica obteve os dados indevidamente.

Sobre a eleição do presidente Donald Trump, Bosworth minimizou o impacto dos russos na plataforma. No documento, ele admitiu que houve interferência interna no Facebook, mas que ela foi insignificante.

Outro tema abordado pelo executivo foi a onda de desinformação que inundou a rede social durante os meses anteriores à eleição. Apesar de assumir a falha da empresa, ele afirma que o interesse em divulgar as desinformações não foi político, como todos pensam, mas sim econômico. “Pessoas sem interesse político algum perceberam que podiam dirigir audiência para sites bancados por propaganda ao criar manchetes falsas e faziam isso para ganhar dinheiro”, destacou.

Além disso, Bosworth afirmou que se sentiu desesperado “querendo puxar qualquer alavanca à disposição para evitar” que Trump fosse eleito, mas que, fazendo isso, a rede social se tornaria “aquilo que tememos”. Como a campanha não feria nenhuma política do Facebook, para ele, fazer alguma coisa para evitá-la ou atrapalhá-la seria algo errado. Para o executivo, Trump foi eleito por conta da “melhor campanha digital já vista”.

Via: UOL