Vale a pena comprar um modelo de entrada da Xiaomi?

Analisamos os prós e os contras da compra de um smartphone de entrada da fabricante chinesa no Brasil
Redação22/04/2019 17h31, atualizada em 22/04/2019 18h30

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Apesar das boas novidades para o comércio brasileiro de smartphones em 2019, nosso mercado ainda é bastante polarizado. O brasileiro já amadureceu quando o assunto são smartphones intermediários e topos de linha, mas a realidade da categoria de entrada mostra que este ainda é um nicho a ser muito trabalhado. Fabricantes locais como Positivo, SEMP TCL e Multilaser estão tentando preencher essa lacuna, mas claramente não conseguiram obter sucesso. Neste cenário, será que vale a pena comprar um modelo de entrada da Xiaomi no Brasil?

Na semana passada, publicamos o hands-on do Redmi Go, o smartphone de entrada da Xiaomi, lançado no início de 2019. Assim como seus competidores no mercado nacional, o smartphone foi criado em parceria com a Google e roda com o sistema operacional para celulares com hardware limitado, o Android Oreo Go.

Quando comparamos este aparelho, aos modelos disponíveis no varejo nacional, levando em consideração a ficha técnica e o preço dos dispositivos, a Xiaomi leva clara vantagem, porém, existem dois fatores importantes que devem ser considerados antes de optar pelo Redmi Go em detrimento aos modelos de entrada nacionais.

Antes de continuar, é preciso deixar bem claro que dizer que um smartphone pertence à categoria de entrada significa que o modelo possui configurações modestas e, consequentemente, custa bem mais barato. Esses celulares costumam ser os primeiros modelos que os usuários compram quando decidem começar a usar um celular inteligente, por isso, foram batizados como aparelhos de entrada. Contudo, hoje, essa definição é mais abrangente, pois também serve para classificar a compra de smartphones baratinhos, mas que já são a terceira aquisição de uma pessoa, como consequência da atualização do modelo para uma versão mais recente do software ou mesmo do hardware.

Alguns dados interessantes sobre os smartphones de entrada no mercado nacional. Segundo o Google, mais de 10 milhões de smartphones com memória RAM de 1GB foram vendidos no Brasil só em 2017. Como parte deste mercado, temos a comercialização dos smart feature phones, também conhecidos como celulares simples com Internet. Até 2022, é esperado que este mercado venha a receber mais de 9,6 milhões de usuários.

E nessa categoria temos hoje no varejo nacional o Multilaser MS50G, o Positivo Twist Mini 2019 e o SEMP Go! 3c. Tanto a Multilaser quanto a Positivo possuem variantes destes modelos com componentes internos melhores, porém, ficam acima da faixa de preço de R$300,00. Com exceção MS50G, os outros dois aparelhos possuem a metade da memória RAM do Redmi Go, que já é limitada a 1GB. Além disso, o modelo de entrada da Xiaomi possui uma capacidade maior de bateria, visto que oferece 3.000mAh, enquanto o MS50G tem 2.200mAh, o Twist Mini 2019 tem 1.500mAh, e o Go! 3c vem com 1.400mAh.

Ao lado dos modelos de entrada nacionais, temos duas grandes vantagens: a venda oficial dos aparelhos no varejo nacional e a certificação de homologação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Sim, você encontra revendedores do Redmi Go nas principais lojas online do país, oferecendo o aparelho na mesma faixa de preço dos dispositivos da Positivo, da Multilaser e da SEMP TCL, porém, a garantia na maioria dos casos é de apenas 3 meses.

Em relação à homologação da Anatel, as coisas são um pouco mais complicadas, pois, como o produto já está no estoque dos revendedores em território nacional, dificilmente você teria problemas com a retenção do aparelho pela Polícia Federal. Contudo, após o reconhecimento do IMEI do aparelho pela Anatel, o mesmo poderia ser bloqueado em conformidade com o projeto Celular Legal. Com isso, você corre o risco de não poder usar o aparelho. A boa notícia neste quesito é que, de acordo com o canal Pinguins Móveis, o modelo estaria em processo de homologação pelo órgão público, mas nenhuma empresa manifestou ter entrado com pedido junto à Anatel.

Por fim, mas não menos importante, é preciso pesquisar se o modelo vendido pelo representante no Brasil está em conformidade com às redes móveis nacionais. Felizmente, a versão Global do Redmi Go é compatível com as principais redes móveis do 4G, 3G e 2G nacionais, das principais operadoras.

Logo, olhando para as especificações técnicas do Redmi Go em comparação com aquilo que temos hoje disponível no mercado nacional na categoria de entrada, vale a pena investir neste modelo da Xiaomi. Porém, temos que levar em consideração os riscos do aparelhos não ser vendido no país oficialmente, bem como o fato do dispositivo ainda não ter passado pela homologação da Anatel.

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Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital