Android Go, One e Oreo: entenda a diferença entre as versões do sistema

Daniel Junqueira26/02/2018 19h25, atualizada em 07/06/2018 15h10

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O Android é o sistema operacional mais usado em smartphones pelo mundo, mas nem sempre a experiência de uso é igual nos diferentes celulares que existem por aí. Aparelhos mais baratos costumam sofrer com problemas de desempenho, enquanto em alguns casos dispositivos de ponta são prejudicados pelo excesso de modificação feito por fabricantes.

O Google sabe disso e, atualmente, tem três programas diferentes para o Android. Um deles é o que conhecemos há anos e que atualmente está na versão 8.0, chamada Oreo. É o Android dos smartphones Galaxy da Samsung, da linha de aparelhos da LG, da Asus, Sony e outras: na essência a plataforma é a mesma, mas cada empresa dá a sua cara ao sistema operacional. Mas também existe o Android One e o Android Go.

Abaixo explicamos como é cada um desses programas, e quais são as principais diferenças entre eles. Em resumo, o Android convencional pode ser modificado por fabricantes de smartphones; o One é uma experiência mais próxima à idealizada pelo Google; já o Go é voltado para aparelhos de baixo custo.

Android One

O Android One foi anunciado em 2014 como uma versão do sistema do Google voltado para dispositivos de baixo custo. Ele era essencialmente o mesmo Android dos aparelhos top de linha, mas com adaptações para oferecer uma experiência mais adequada considerando limitações dos celulares baratos.

Nos anos seguintes, o programa cresceu e hoje se apresenta de maneira bem diferente. O Android One é, hoje, uma versão pura do sistema do Google. As atualizações não são controladas por fabricantes de smartphones, e sim pelo próprio Google, o que significa que esses dispositivos costumam receber versões novas do Android com mais rapidez em relação aos aparelhos da Samsung, LG ou Motorola, por exemplo.

Um celular que roda Android One conta apenas com o que o Google desenvolveu para o Android. Ele não vai ter apps alternativos para mensagens, e sim o nativo do Google. Mas eles têm acesso à Play Store como qualquer outro Android, o que significa que o usuário tem a opção de baixar o que quiser.

Mas o Android One não é exatamente o sistema usado pelos aparelhos Pixel do Google: como a empresa cria recursos de software próprios para seus smartphones, eles não se encaixam no programa.

Entre fabricantes que já adotam o Android One em seus dispositivos, o maior destaque fica por conta da Nokia, que anunciou diversos smartphones durante a Mobile World Congress 2018 com a versão pura da plataforma. Motorola, Xiaomi e HTC são outras empresas que fazem parte do programa, mas até o momento nenhum desses celulares foi lançado no Brasil.

Android Go

Reprodução

O Android Go é hoje o que o One foi no passado: uma iniciativa do Google para fazer a plataforma rodar melhor em smartphones de baixo custo. A ideia é oferecer os mesmos recursos de dispositivos intermediários e de ponta, mas com as devidas adaptações para o hardware menos potente e mais limitado dos celulares baratos.

A plataforma acompanha versões específicas dos aplicativos nativos do Android. Esses apps não são exclusivos desses dispositivos: o YouTube Go, por exemplo, permite download de vídeos para assistir offline e pode ser baixado no Brasil. O gerenciador de arquivos Files Go também pode ser usado pelo público brasileiro.

Mas o Android Go já conta com outros apps que ainda não funcionam por aqui, como uma versão mais leve do Gmail, do Google Maps, do Google Assistente e do próprio aplicativo de busca do Google. Eles não só são mais leves como também ocupam menos espaço, o que é bastante importante considerando que muitos desses celulares possuem apenas 8 GB de espaço interno, e ocupar tudo com aplicativos não é uma boa ideia.

O Android Go foi desenvolvido para smartphones de até 1 GB de RAM, com toda a experiência de uso da plataforma adaptada para esses dispositivos. A ideia é que os celulares baratos ofereçam uma experiência bem próxima à dos top de linha – considerando, é claro, as limitações de hardware. Então em vez do Android travar e sofrer para abrir apps, o Go é adaptado para que tudo funcione bem ao não exigir tanto do celular.

Os primeiros celulares com o Android Go chegaram ao Brasil pelas mãos das fabricantes Multilaser, Positivo e Alcatel. O Twist Mini, da Positivo, foi lançado por R$ 400, enquanto o Twist Metal sai por R$ 700.

Android convencional (Oreo)

Reprodução

O Android convencional é o sistema que estamos acostumados a usar. É o Android que está nos aparelhos da Samsung, LG, Motorola, Nokia, Asus, Sony e tantas outras. Ele pode ser modificado por fabricantes da forma como elas desejarem, e as atualizações de sistema ficam por conta delas.

O Android convencional aparece tanto em dispositivos de ponta, como os recém-anunciados Samsung Galaxy S9 e S9+, quanto em opções mais baratas, como o Moto E4 do ano passado.

Atualmente, o Android está na versão 8.0 chamada Oreo. Mas nem todo mundo tem acesso a ela: como fabricantes fazem modificações próprias e cuidam das atualizações, elas acabam demorando bastante para serem liberadas – isso quando são. A Samsung, por exemplo, chegou a desativar a atualização do Galaxy S8 para o Oreo por causa de alguns casos de dispositivos que reinicializavam inesperadamente após a instalação do sistema operacional.

O Google não pretende encerrar o desenvolvimento do Android convencional, e nos próximos meses devemos conhecer novas informações sobre a próxima versão dele, chamada internamente de Android P. Os mesmos recursos do futuro P também vão ser usados nos dispositivos do Android One e no Android Go, mas cada um vai existir dentro das suas características. O Android P convencional vai poder ser modificado por fabricantes. O Android P do programa One não vai ter nenhum tipo de alteração. E o Android P versão Go vai contar com versões mais leves e que ocupam menos espaço dos aplicativos do Google.

Ex-editor(a)

Daniel Junqueira é ex-editor(a) no Olhar Digital