Uber é considerada culpada por morte causada por carro autônomo da empresa

Conselho Nacional de Segurança em Transportes dos EUA determinou a causa do acidente que deixou uma vítima em 2018
Redação20/11/2019 11h13, atualizada em 20/11/2019 12h07

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Investigadores federais dos Estados Unidos concluíram a apuração sobre um acidente fatal envolvendo um carro autônomo da Uber em 2018, ocorrido no estado do Arizona. Eles dividiram a culpa pelo acidente entre a própria Uber, o motorista de segurança do veículo, a vítima e o estado do Arizona. A investigação também responsabilizou o governo federal americano, por falhar em regular adequadamente a indústria.

Ontem (19), em uma audiência do Conselho Nacional de Segurança em Transportes, em Washington, o painel ouviu três investigadores que vinham trabalhando no caso há mais de um ano. Após duas horas e meia de audiência, o Conselho emitiu sua determinação da provável causa do acidente que terminou com a morte de uma pessoa.

Os investigadores listaram os culpados pelo acidente e suas ações falhas:

  • O erro de Rafaela Vasquez, a motorista de segurança do veículo, que não monitorou devidamente a corrida por acessar o celular com frequência durante o trajeto. Ela passou 34% da corrida utilizando o aparelho, mais precisamente, assitindo ao programa “The Voice”. O último acesso ao smartphone aconteceu apenas seis segundos antes do acidente.
  • Os “procedimentos inadequados de avaliação de riscos de segurança” do grupo de tecnologias avançadas da Uber. O Conselho criticou a falta de uma divisão de segurança da Uber dentro da ATG, observando que a empresa não possuía um gerente de segurança responsável pela avaliação de riscos.
  • Monitoramento “ineficaz” de operadores de veículos por parte da Uber. Havia câmeras no veículo monitorando os motoristas de segurança, mas não havia supervisão para garantir que eles não estavam violando as políticas da empresa, que proíbem o uso de celulares.
  • A incapacidade da Uber em abordar a “complacência de automação” de seus motoristas de segurança que monitoram os sistemas de direção automatizados. Acompanhar a corrida como motorista de segurança pode ser entediante, e a empresa não tinha um sistema para garantir que seus eles não estivessem ficando excessivamente complacentes.
  • A vítima, Elaine Herzberg, que foi encontrada com metanfetamina em seu sistema. Isso pode ter contribuído para ela atravessar a rua fora das faixa de pedestres, levando à sua morte.
  • O estado do Arizona e suas políticas “insuficientes” para regular veículos automatizados em suas vias públicas, que contribuíram para o acidente.

No começo do mês, a Uber afirmou que o carro autônomo apresentou falhas graves no sistema de segurança.

“Lamentamos profundamente o acidente de março de 2018, que resultou na perda da vida de Elaine Herzberg, e continuamos comprometidos em melhorar a segurança de nosso programa de direção autônoma”, disse Nat Beuse, chefe de segurança do Uber, em comunicado divulgado hoje. “Nos últimos 20 meses, fornecemos ao Conselho Nacional de Segurança em Transportes acesso completo aos dados sobre nossa tecnologia e os desenvolvimentos que fizemos desde o acidente. Embora tenhamos orgulho do nosso progresso, nunca perderemos de vista o que nos trouxe aqui, nem nossa responsabilidade de continuar elevando a segurança”, completou Beuse.

Até o dia do acidente, muitos aplicativos de transporte estavam tentando colocar os carros autônomos nas ruas o mais rápido possível. Agora, a maioria reconhece que a linha do tempo para isso será muito mais longa do que o inicialmente previsto.

Via: The Verge

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital