Twitter deve revelar dados de criadores do Sleeping Giants, diz justiça

Rede social vai recorrer da decisão, que considera contraditória; pedido foi feito por site alvo do movimento contra fake news
Vinicius Szafran25/08/2020 21h27, atualizada em 25/08/2020 22h00

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O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou que o Twitter deve fornecer dados que permitam a identificação das pessoas por trás das páginas Sleeping Giants Brasil e Sleeping Giants Rio Grande do Sul.

Segundo seu perfil no Twitter, a página Sleeping Giants Brasil é “uma luta coletiva de cidadãos contra o financiamento do discurso de ódio e Fake News”. A página alerta empresas que eventualmente tenham anúncios em sites que publicam notícias falsas. Após receber o alerta, essas companhias retiram seus comerciais, reduzindo a arrecadação dos portais de fake news.

A ação que levou à determinação judicial foi movida pelo Jornal da Cidade Online, um dos investigados pelo Congresso na CPI das Fake News por publicação de notícias falsas, que pedia também a exclusão das contas da rede social.

A juíza Ana Paula Caimi, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, determinou que o Twitter informe o IP e outros dados cadastrais do Sleeping Giants, mas não concordou com a exclusão das contas. Segundo ela, isso seria um abuso do direito à liberdade de expressão.

O Twiitter rede social recorreu da decisão da juíza, afirmando que essa determinação “é nitidamente contraditória”, já que a magistrada não identificou nenhum ato ilícito. Na ação, o Twitter Brasil reitera que não se opõe à quebra do sigilo de dados dos usuários, mas torce para que tal medida não aconteça repetidamente e de forma indiscriminada.

Saiba mais sobre o Sleeping Giants Brasil

O movimento Sleeping Giants Brasil busca informar marcas sobre a presença de seus anúncios em sites que divulgam notícias falsas e/ou discursos de ódio, para que sejam retirados e, consequentemente, os sites tornem-se economicamente inviáveis. A primeira publicação do grupo no Twitter aconteceu no dia 18 de maio.

Desde então, mais de 130 marcas já se comprometeram a retirar propagandas do primeiro site denunciado pelo movimento. Entre elas estão grandes empresas, como LATAM, Carrefour, Santander, Adidas e Samsung.

O Sleeping Giants Brasil se inspirou no projeto norte-americano de mesmo nome. Fundado em 2016, o Sleeping Giants original foi responsável pela redução de faturamento do Breitbart News, um site conservador que teve como presidente executivo Steve Bannon, ex-estrategista chefe da Casa Branca durante o governo de Donald Trump.

Via: Poder360

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital