A tecnologia 5G está a caminho e promete mudar os paradigmas de conectividade. O leilão das frequências no Brasil, que vai definir as faixas do espectro de cada operadora, já foi adiado algumas vezes, mas muitos apostam que ele ocorra mesmo em 2020.

É o que espera, pelo menos, a operadora TIM. “Não se pode esperar eternamente até tudo estar preparado”, diz Mario Girasole, VP de Assuntos Regulatórios, Institucionais e Relações com a Imprensa da TIM Brasil. “Eu acho importante começar a aprender a lidar com essa tecnologia logo.”

Segundo ele, ainda é preciso descobrir qual o melhor modelo comercial para o 5G. “Não é como o 4G, que é só instalar uma antena. O 5G é um ecossistema completo de negócios. Então, quanto antes ele entrar em operação, melhor”, diz. Girasole lembra que a TIM sempre atuou de forma a incentivar a realização do leilão o mais rápido possível – diferentemente de outras operadoras.

O executivo explica que o 5G não vai substituir o 4G, como ocorreu na geração passada, quando o 4G tomou o lugar do 3G. “O investimento feito em 4G não vai ser perdido.” Ele até sugere que o 3G poderia ser desligado antes que o 2G. “Com uma conexão estável, o 2G pode ser muito útil para a internet das coisas, por exemplo”, pontua.

Ele está preocupado, no entanto, com a possibilidade de surgimento de um mercado paralelo de espectro. Essa brecha surgiu com a aprovação do PLC 79/2016. “Investidores podem ser atraídos para comprar blocos pequenos de radiofrequência e, depois, revendê-los para as operadoras”, avalia. Segundo ele, o espectro é um ativo industrial, não financeiro, e deve ser regulado como tal.

Girasole reforça que a TIM está animada com as possibilidades que o 5G vai trazer. Especialmente porque ele representa uma oportunidade para o Brasil construir um ecossistema digital próprio – e isso pode ajudar a economia a crescer. “No futuro, ninguém vai imaginar o país sem 5G. Ele será parte da infraestrutura.”