TikTok libera código-fonte para inspeção da Austrália

Além do código, autoridades australianas poderão 'revisar e testar' o algoritmo do aplicativo; consulta acontecerá nos centros de transparência e responsabilidade do TikTok, localizados nos EUA
Davi Medeiros25/09/2020 16h09, atualizada em 25/09/2020 16h27

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O TikTok segue tomando medidas na tentativa de superar a desconfiança internacional em torno de suas operações. Durante uma reunião com autoridades da Austrália nesta sexta-feira (25), executivos do aplicativo anunciaram que permitirão que funcionários do governo inspecionem seu algoritmo e código-fonte.

A afirmação foi feita perante o Comitê de Interferência Estrangeira por meio de Mídias Sociais em Camberra, capital da Austrália. Segundo Roland Cloutier, líder global de segurança do app de vídeos, as operações que guiam a experiência dos usuários ficarão “disponíveis em um ambiente público para que reguladores, governos e entidades comerciais revisem e testem o código”.

O ambiente em questão é o Centro de Transparência e Responsabilidade do aplicativo em Los Angeles, nos EUA. Além disso, o TikTok anunciou que planeja estabelecer um escritório para a mesma finalidade em Washington. De acordo com os executivos, as consultas poderão ser presenciais ou virtuais.

Cloutier esclareceu, ainda, que o código-fonte de que se trata não é o mesmo utilizado na versão chinesa do aplicativo, que se chama Douyin.

Reprodução

Algoritmo e código-fonte do TikTok poderão ser consultados por autoridades australianas. Imagem: Burdun Iliya/Shutterstock

Acordo incerto com a Oracle

A declaração sucede o acordo firmado pelo TikTok com as companhias norte-americanas Oracle e Walmart, que busca encerrar o conflito entre a ByteDance, proprietária do aplicativo, e o governo dos EUA.

O acordo prevê que o app não seja de fato vendido, mas que a administração dos dados de usuários no país seja transferida às empresas americanas – inviabilizando, assim, as supostas práticas de espionagem das quais o aplicativo é acusado. Para isso, é esperada a criação de uma empresa autônoma, a TikTok Global, cuja propriedade é incerta.

As informações fornecidas por ambas as partes envolvidas no acordo são divergentes. Por um lado, a ByteDance afirma que continuará possuindo 80% do aplicativo; segundo a Oracle, porém, a companhia chinesa não terá participação na nova empresa.

O TikTok será retirado das lojas de aplicativos do Google a da Apple no domingo (27), a menos que receba um parecer positivo da Justiça numa ação que solicita o bloqueio do decreto de banimento. Neste conflito repleto de reviravoltas, é impossível prever o que acontecerá em seguida.

Via: Reuters

Colaboração para o Olhar Digital

Davi Medeiros é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital