Desde junho de 2020, o TikTok, app da gigante chinesa ByteDance para compartilhamento de vídeos, vinha impedindo a veiculação de hashtags relacionadas ao movimento conspiratório conhecido como “QAnon”. Agora, a empresa está adotando uma medida mais severa, banindo completamente contas que compartilhem conteúdo da rede de desinformação.

“O conteúdo e as contas que promovem o QAnon estão em violação de nossa política contra desinformação e nós os estamos removendo de nossa plataforma”, disse um porta-voz do TikTok ao site NPR. “Nós também tomamos medidas significativas para tornar esse conteúdo mais difícil de ser encontrado em nossas buscas e hashtags por meio do redirecionamento de termos relacionados [a eles] às regras de conduta de nossa comunidade”.

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A rede QAnon promove conteúdos falsos, desinformação e teorias da conspiração, comumente entrando em conflito com todas as plataformas sociais na internet. Foto: M.Moira/Shutterstock

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O TikTok não está sozinho nisso. Em um passado recente, YouTube, Reddit, Twitter, Facebook e outras plataformas tomaram providências para impedir ou diminuir a veiculação de conteúdo da rede conspiratória. As regras de conduta citadas pelo porta-voz do app da ByteDance é bem específico ao proibir “a veiculação de desinformação que cause dano aos indivíduos, à nossa comunidade ou ao público em geral”. Uma investigação da organização não governamental (ONG) Media Matters for America havia revelado que entusiastas do QAnon usavam o app chinês para veicular conteúdos sem veracidade, comprovação ou negacionista.

TikTok x Trump

Se, por um lado, o TikTok está se empenhando em eliminar conteúdos falsos de sua rede, por outro, a proprietária ByteDance está em vias de retomar a guerra comercial da qual tomou protagonismo recente: em agosto, o presidente norte-americano Donald Trump emitiu uma ordem executiva que bania o aplicativo de vídeos de funcionar nos EUA.

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O TikTok contra-atacou ao se unir à Oracle para que a empresa fundada por Larry Ellison operasse os negócios do app em solo americano e, assim, evitar seu banimento. A ideia não deu muito certo. Ao final de setembro, um juiz emitiu uma ordem que impedia que o governo banisse o TikTok das lojas de aplicativos ou impedisse o seu download – segundo a Variety, porém, representantes do governo já buscam uma apelação da decisão.

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Paralelamente, a ordem executiva de Donald Trump segue em validade, exigindo que o TikTok encontre um comprador para as suas operações americanas até 12 de novembro de 2020. A ByteDance se mostrou amistosa à ideia, mas recusa-se a conceder acesso ao algoritmo do aplicativo, alegando que essa tecnologia proprietária deve ficar na China.

Fonte: NPR / Media Matters for America / Variety