Profissionais da Escola de Engenharia de Stanford deram um grande passo para tornar prática a forma como os carros elétricos são recarregados. Agora, eles descobriram uma forma de permitir que a bateria receba carga enquanto dirige por estradas com a tecnologia.
Embora o carregamento por indução já exista nos smartphones, ele só funciona se o dispositivo estiver parado. Para os carros, isso seria basicamente a forma atual para carregamento, em que os veículos devem estar conectados à tomada e, obviamente, estacionados.
A ideia do projeto surgiu há três anos. Shanhui Fan e Sid Assawaworrarit, de Stanford, construíram o primeiro sistema do tipo. De lá para cá, a tecnologia se mostrou eficiente em alguns pontos, mas problemática em outros.
Agora, os especialistas conseguiram demonstrar que a criação pode ser utilizada em veículos elétricos em movimento. No curto prazo, o sistema poderá se tornar prático para recarregar robôs, enquanto eles se movimentam em locais fechados, como fábricas, por exemplo – eliminando o tempo de inatividade e permitindo que eles trabalhem quase o tempo todo.
“Este é um passo significativo em direção a um sistema prático e eficiente para ajudar automóveis elétricos e robôs a funcionar mesmo quando estão em alta velocidade”, disse Fan. “Teríamos que aumentar o poder de recarregar um carro em movimento, mas não vemos isso como um obstáculo sério. Para recarregar os robôs, já estamos dentro das especificações”.
Carregamento por indução
Carregadores sem fio transmitem eletricidade criando um campo magnético que oscila a uma frequência que cria uma vibração ressonante em bobinas magnéticas no dispositivo receptor. O problema é que a frequência ressonante muda se a distância entre a fonte e o receptor for alterada mesmo em uma pequena escala.
Em seu primeiro avanço, os pesquisadores criaram um carregador sem fio capaz de transmitir eletricidade, mesmo quando a distância do receptor muda. Eles fizeram isso incorporando um amplificador e um resistor de feedback que permitam ao sistema ajustar automaticamente sua frequência de operação, à medida que a distância entre o carregador e o objeto muda.
No entanto, o protótipo utilizava tanta energia internamente para produzir o efeito de amplificação que o sistema permitir que apenas 10% de força passasse através do sistema para recarregar o objeto. A nova versão da criação corrigiu esse problema.
Agora, os pesquisadores conseguiram aumentar a eficiência de transmissão para 92%. Para que isso fosse possível, segundo Assawaworrarit, uma troca de amplificadores foi necessária.
Expansão do sistema
O novo protótipo pode transmitir até 10 watts de eletricidade a uma distância de até 90 centímetros. Entretanto, Fan diz que não há obstáculos fundamentais para expandir o sistema de transmissão do tipo. Segundo ele, é possível enviar dezenas ou centenas de quilowatts para um carro elétrico.
O cientista ainda aponta que o sistema é rápido o suficiente para reabastecer um automóvel em alta velocidade. A transmissão sem fio leva apenas alguns milissegundos. O único fator limitante, disse Fan, será a rapidez com que as baterias do carro podem absorver toda a energia.
Via: TechXplore