Sensor tailandês conectado ao celular pode medir ardência de pimentas

Dispositivo inventado por cientistas pode mensurar o elemento Capsaicina; equipamento mostra resultado por meio de aplicativo exclusivo
Leticia Riente23/10/2020 18h37, atualizada em 25/10/2020 12h00

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Uma equipe de cientistas da Universidade Prince of Songkla, da Tailândia, inventou um dispositivo que pode detectar quanto calor há em uma mostra de pimenta, ou seja, o quanto ela é ardida. O Chilica-Pod funciona conectado diretamente no celular, em conjunto com um aplicativo exclusivo. A invenção pode ajudar quem não é nem um pouco fã de comida apimentada.

De acordo com o site ACS Publications, o objeto possui três principais componentes, sendo que o primeiro é um pequeno dispositivo potenciostático, o segundo é uma interface que permite a conexão a um smartphone para monitoramento e controle, e por fim, um sensor eletroquímico baseado em papel de uso único. Esta última parte do equipamento também consiste em nano placas de grafeno dopadas com átomos de nitrogênio. O design dos dispositivo também foi pensado exclusivamente para sua função: em formato de pimenta.

Reprodução

Chilica-Pod deve mensurar quão ardida é uma pimenta e o resultado sai direto na tela do celular. Créditos: Giz Modo/Reprodução

Capsaicina

O Chilica-Pod visa a medição de um composto chamado Capsaicina, que é o elemento que aquece as pimentas. Ou seja, quanto maior a concentração do composto, mais ardente é pimenta. Normalmente, esta medição exige laboratórios volumosos e tecnológicos, mas a invenção que cabe na palma da mão pode ser transportada para qualquer restaurante, por exemplo.

Sobre o funcionamento do aparelho, o sensor utiliza tiras de testes baseadas em papel de uso único. Este papel possui nano placas de grafeno aprimoradas com átomos de nitrogênio, o que melhora a condução elétrica. Desta forma, uma pequena amostra de pimenta, fresca ou seca, misturada e agitada com etanol, pode ser colocada em uma das tiras.

Neste momento, a Capsaicina oxida e se mistura ao grafeno e nitrogênio, produzindo uma corrente elétrica. Por isso, quanto maior a corrente gerada, maior é a concentração do composto químico na pimenta. As informações obtidas com as análises da amostra são exibidas na tela de um smartphone vinculado, que deverá executar o aplicativo exclusivo do Chilica-Pod.

Reprodução

Objetivo do aparelho é medir o nível de capsaicina da pimenta. Créditos: Danijela Maksimovic/Shutterstock

O periférico já foi testado em seis amostras diferentes de pimenta seca e mostrou um nível de precisão equivalente a laboratórios mais avançados.  De qualquer forma, os cientistas ressaltam que o sistema não é tão independente ou à prova de falhas, pois ele ainda necessita que a amostra seja diluída antes do teste. Mas a intenção dos pesquisadores é tornar o equipamento útil em cozinhas de restaurantes ou até para cozinheiros domésticos.

Fonte: Gizmodo/News Atlas

Colaboração para o Olhar Digital

Leticia Riente é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital