A Motorola acaba de lançar no Brasil seu novo smartphone: o Edge+. Com a proposta de consolidar a empresa no segmento dos topos de linha, alguns dos principais destaques do aparelho ficam por conta da implementação de uma câmera com 108 MP e um processador pronto para a conexão 5G.
O Olhar Digital recebeu uma unidade do celular para teste e conta para você tudo sobre o aparelho. Confira.
Design, acabamento e tela
O Motorola Edge+ possui um acabamento bastante bonito, com tons fortes e espelhados. De acordo com a empresa, há uma moldura em volta do aparelho feita em alumínio, tudo para reforçar o compromisso da marca com seus novos aparelhos premium.
No entanto, os materiais utilizados marcam muito facilmente. Se a capa de proteção – que felizmente acompanha o aparelho – não for utilizada, a parte traseira fica cheia de impressões digitais – que podem ser meio complicadas de limpar, principalmente se tratando de um material que aparentemente risca com facilidade.
No entanto, o destaque aqui fica por conta da tela, com um design em cascata, é possível ver uma dobra de 90º nas laterais, esse é um detalhe que salta aos olhos, principalmente quando as funções dedicadas às laterais estão ativas.
Dispositivo é bastante confortável, embora seja ‘escorregadio’
O aparelho possui bordas levemente arredondadas, garantindo que seja bastante confortável utilizá-lo por muito tempo. No entanto, o dispositivo é, de certa forma, escorregadio. Isso obriga o uso da proteção de silicone durante todo o tempo.
Por falar em utilização prolongada, a tela, que possui 6,7 polegadas, é bastante confortável aos olhos. Com proporção 21:9, há um direcionamento para o consumo de conteúdo, principalmente vídeos. O nível de cores nesses casos é muito bom, principalmente na fidelidade dos níveis da cor preta.
Porém, enquanto a tela agrada os olhos, o peso pode prejudicar o uso. O Motorola Edge+ chega pesando 203g. A causa disso pode ser a bateria potente implementada – e que falaremos mais tarde. Ainda citando o display implementado pela Motorola, temos a presença de um sensor de impressão digital sob a tela e uma câmera de selfie abrigada em um buraco no canto superior esquerdo.
Há uma boa resposta no desbloqueio do aparelho usando o dedo do usuário. Além disso, a decisão de localização da câmera foi totalmente acertada, pois oferece um aproveitamento quase total da tela do dispositivo.
Por fim, o celular oferece os clássicos botões de volume e liga/ desliga nas laterais. Por conta da tela se estender pelo lado, os botões físicos ficam localizados no limite do encontro com a traseira do smartphone.
Na parte inferior, temos a saída de som, que possui um ótimo equilíbrio de graves; a entrada USB-C para carregamento do aparelho; e a bandeja para chips. A única outra conexão física presente no celular fica localizada na parte superior, uma entrada para fones de ouvido seguindo o padrão 3,5 mm.
Especificações, desempenho e bateria
Assim como o lançamento mundial, o Edge+ será disponibilizado no Brasil com processador Snapdragon 865, com habilitação para o 5G – que será oferecido pela Claro, mas de uma maneira diferente.
As outras configurações presentes são bem interessantes. O aparelho chega com 12 GB de RAM, 256 GB de armazenamento e GPU Adreno 650. Por conta disso, obviamente baixamos dois jogos que exigem um pouco mais do aparelho.
Com o display oferecendo taxas de atualização de até 90Hz, os jogos com suporte ficam mais fluídos para os jogadores. Isso pôde ser visto em ‘Trials Frontier’, que conta com suporte a altas taxas de atualização. No caso do ‘Fortnite‘, o game rodou a 30 fps, mas com a maior qualidade possível. Com isso, as imagens ficaram bem definidas.
O terceiro teste foi feito com ‘Dead by Daylight Mobile’. Aqui, há bons níveis gráficos e de detalhes dos personagens e cenários. Não houve engasgo ou os travamentos comuns em alguns dispositivos. No geral, o resultado foi muito bom.
Utilizei cada um dos aplicativos por cerca de uma hora. A bateria foi gasta em níveis um pouco acima do normal, mas isso está ligado à quantidade de recursos utilizados simultaneamente. Além disso, em certo momento, o celular esquentou um pouco, mas nada muito incômodo.
Apesar de a parte de utilização dos aplicativos ser satisfatória, o ato de segurar o smartphone enquanto joga pode ser, de certa forma, cansativo, principalmente quando o usuário utilizar fones de ouvido. A entrada fica localizada na parte em que a palma da mão fica, o que incomoda muito após algum tempo.
Usar fones de ouvido enquanto joga pode ser um pouco incômodo
Já nos testes de benchmark, o aparelho atingiu pontuações bastante altas se comparadas a outros aparelhos do mesmo nível. No Geekbench, por exemplo, o dispositivo atingiu a pontuação de 910 para processamento Single-Core e 3.316 para o Multi-Core.
Em relação à bateria, o Edge+ impressionou bastante. Tendo 5.000 mAh de capacidade, o smartphone conseguiu resistir quase um dia inteiro com apenas uma carga da bateria. Obviamente, com um uso mais constante, principalmente para ver vídeos e jogar, esse tempo pode variar.
Outra questão interessante é a presença de um sistema de carregamento rápido com 18W de potência. Isso garantiu que a bateria fosse carregada completamente em cerca de 1h30, o que é um tempo bastante interessante se considerarmos a autonomia fornecida.
Câmera e fotos
Assim como vários dos aparelhos lançados nos últimos meses, o Edge+ possui uma configuração de câmera tripla. No entanto, como implementação que faz com que ele se destaque de alguns dispositivos, está a presença de um sensor com resolução de 108 MP. As três lentes presentes são:
- Uma lente principal wide de 108 megapixels com abertura f/1.8;
- Uma lente teleobjetiva de 8 megapixels com abertura f/2.4;
- Uma lente ultrawide de 16 megapixels com abertura f/2.2.
O software implementado pela Motorola no lançamento é bastante simples de utilizar e intuitivo. São várias funções que permitem fotos bastante impressionantes, principalmente em condições de luz natural. Abaixo, você confere alguns exemplos de capturas feitas pelo aparelho.
Obviamente, as melhores fotos foram tiradas com o sensor principal. No entanto, as outras lentes não fazem feio, e são bem competentes nas capturas que fazem. Veja diferença entre cada um dos sensores.
Foto em Ultra-wide
Foto com o sensor padrão
Foto com a teleobjetiva
Os modos de foto presentes também são bastante competentes. O Macro possui bons níveis de detalhamento de objetos, enquanto a opção de recorte é uma boa opção para quem deseja fazer edições e adicionar pessoas a cenários diferentes, pois permite recortar indivíduos e inseri-los em outras capturas.
Foto usando o Modo Macro
No entanto, nem tudo é perfeito. Apenas de bons resultados com o modo Retrato, é perceptível que há pequenas falhas em volta da pessoa capturada. Isso pode acontecer no momento do processamento da imagem. Mesmo com um bom desfoque do fundo, esse detalhe incomoda.
O Modo Noturno é outro que não surpreende. Apesar de manter um nível aceitável de detalhamento, os ruídos da imagem são bastante perceptíveis.
Captura com modo noturno
Na questão de vídeos, o smartphone consegue gravar em até 6K. Aqui, o resultado é muito bom, seja em ambientes internos ou externos. Porém, há uma ressalva: em capturas internas, há uma exposição maior à luz, fazendo com que a imagem fique clara demais.
Com uma câmera frontal de 25 MP, as selfies do aparelho possuem resultados aceitáveis, com a presença dos mesmos recursos, como Modo Noturno, Retrato e Cor de Destaque – além dos mesmos “defeitos” -, da parte traseira do aparelho.
Sistema e algumas novidades
Assim como os smartphones recentes da marca, o Edge+ sai de fábrica com o Android 10. Como é de se esperar, o dispositivo conta com todas as funcionalidades trazidas pelo novo sistema do Google – assim como os vários aplicativos da empresa que vêm instalados de fábrica.
Além disso, a Motorola aproveitou as bordas presentes no aparelho para implementar algumas funções interessantes para melhorar a interação do usuário. Quando o celular é colocado para carregar, por exemplo, as laterais exibem uma barra que indica o nível de bateria naquele momento.
Nível de bateria é exibido nas laterais
Ao desbloqueá-lo, a lateral direita possui uma pequena aba que abriga uma pasta que pode ser personalizada com os aplicativos mais utilizados.
Por fim, o Moto Gametime personaliza a experiência do usuário enquanto ele joga. É possível silenciar completamente o smartphone para que notificações não atrapalhem a jogatina ou definir atalhos para apps específicos, que ficam localizados na tela durante o jogo. É possível também adicionar botões às bordas, como os gatilhos presentes nos controles de videogame.
Conclusão
O Edge+ mostra que a Motorola investiu pesado para trazer ao Brasil um aparelho topo de linha para competir com os disponíveis atualmente no mercado. Apesar do preço de lançamento, R$ 7.999, o dispositivo possui várias implementações que tentam justificar a faixa de valor em que se enquadra.
A presença do suporte ao 5G também é um ponto bastante positivo para a Motorola, isso mostra que a empresa está pronta para permitir que os dispositivos futuros da marca estejam prontos para se conectar às novas redes quando forem disponibilizadas no Brasil.
Com uma boa performance para aplicativos e jogos em geral, boa autonomia de bateria e um sistema de câmeras bastante potente, o Edge+ pode ser um investimento muito bom para quem procura gastar um pouco mais em um aparelho que traz alguns dos melhores componentes disponíveis atualmente no mercado.