Claro lança no Brasil o 5G DSS, uma ‘prévia’ do 5G

Conexão foi disponibilizada simultaneamente com a revelação do Motorola Edge, um dos primeiros aparelhos a oferecer suporte ao padrão 5G; entenda o que a tecnologia oferece
Luiz Nogueira02/07/2020 14h57

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A Claro anunciou nesta quinta-feira (2) a chegada de uma tecnologia chamada 5G DSS (Dynamic Spectrum Sharing) em sua rede. O sistema funciona como uma “prévia” do que a conexão móvel de quinta geração poderá fornecer para os usuários brasileiros no futuro, mas ainda está longe do “real” 5G.

Segundo anúncio feito pela Claro, a tecnologia fornece conexões “12 vezes mais velozes que o 4G convencional”. A disponibilização chega simultaneamente ao lançamento do Motorola Edge, o primeiro aparelho lançado em território nacional compatível com a tecnologia de quinta geração.

No entanto, o modelo proposto pela Claro não é exatamente o 5G que deve chegar por aqui em algum momento e que inclusive já está disponível em alguns países, como os Estados Unidos. A diferença está exatamente na sigla “DSS”; o que Dynamic Spectrum Sharing (Compartilhamento Dinâmico de Espectro, em tradução livre) faz é redistribuir os espectros já existentes e usados na rede 4G, alterando entre diferentes frequências de acordo com a demanda. Assim, algumas operadoras não precisam esperar o licenciamento do 5G no país para começar a dar os primeiros passos nesta direção.

Com isso, a técnica permite  oferecer uma conexão mais rápida para usuários que já possuem aparelhos compatíveis com redes 5G. A tecnologia 5G DSS usada pela Claro será fornecida pela sueca Ericsson.

A empresa destaca que todos os investimentos feitos para a chegada dessa “prévia” serão acelerados quando a conexão 5G definitiva chegar ao país – com a posterior adição da frequência 3,5 GHz.

Caminho até a implementação definitiva

Apesar de dizer que a chegada do 5G DSS pode ajudar a acelerar a implementação da versão definitiva do serviço, a Claro reconhece que ainda há diversos obstáculos que devem ser superados. Como exemplo disso, podemos citar o leilão do espectro do 5G, que ainda não tem data definida.

Além da pandemia do novo coronavírus, o que atrasou a implementação por aqui foi a desconfiança do governo em relação à chinesa Huawei, uma das empresas que fornecem infraestrutura para a tecnologia.

Alguns países, como os Estados Unidos, declararam guerra contra a empresa chinesa por acreditar que a estrutura fornecida para implementação abre portas para que o país possa espionar as comunicações.

Além dos problemas políticos, a chegada do 5G enfrenta problemas tecnológicos. Quanto mais alta a frequência utilizada, maior deve ser a quantidade de antenas para garantir sua cobertura e capacidade. “Quanto mais alta a frequência, menor é o alcance”, afirma a empresa.

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital