A TecToy é uma empresa brasileira com muita tradição, que começou a fazer bastante sucesso nos anos 90 devido a sua parceria com a Sega ao trazer videogames de forma oficial para o Brasil. Já mais recentemente, a empresa anunciou alguns novos produtos como controles sem fio e até mesmo um smartphone, o “TecToy On”, que chamou a atenção do pessoal por alguns detalhes.
O Olhar Digital recebeu uma unidade deste aparelho e até publicou recentemente um hands-on dele, mas agora traz uma análise completa do celular após ter realizado muitos testes com ele. A seguir, confira a análise completa do TecToy On para saber quais são todos os seus pontos positivos e negativos.
Design, tela, som e acabamento
O Olhar Digital recebeu o TecToy On na cor azul camaleão, que traz um visual simples, mas bonito principalmente pelo efeito visto em sua parte traseira. Ali, enquanto a parte de baixo dele é bem escura, a parte do “meio para cima” é “brilhante” e o efeito visual causa uma boa impressão.
Apesar deste detalhe bonito, assim como muitos celulares do segmento de entrada ou intermediário, a maior parte do acabamento do TecToy On é de plástico. Ainda em sua parte traseira, além das lentes, também está presente o leitor de impressões digitais do celular, que funcionou bem em nossos testes.
Já para a tela, o TecToy On traz um display LCD de 6,22 polegadas com a resolução HD+. De forma geral, a qualidade de sua tela é bem competente, que consegue trazer cores vivas e uma boa definição. Além disso, o nível de brilho do aparelho está um pouco acima do que estamos acostumados a ver em outros celulares de entrada. Já em uma questão mais “cosmética”, o notch na tela para a câmera frontal, felizmente, foi implementado de maneira bem discreta e agradável.
Ainda em relação a tela, mesmo com os pontos positivos acima, eu tenho dois contras para o aparelho que, em conjunto, me incomodam bastante. Apesar do nível de brilho do aparelho ser bom, ele ainda não é excelente e, ao o utilizarmos em ambientes muito iluminados, alguns reflexos indesejados podem ser vistos. Já o segundo e mais crucial para mim, é que o TecToy On não tem a função de “brilho adaptável”, que te força a ajustar o nível brilho manualmente para diferentes ambientes.
Outro ponto que decepciona bastante no TecToy On acaba sendo o som reproduzido por seus alto falantes. Eles até podem servir para você assistir a um vídeo simples, mas para filmes e principalmente para músicas, o seu som não é bom. Nos testes feitos pelo Olhar Digital, nós sentimos os médios bem apagados e graves muito fracos. Além disso, o som constantemente soava abafado e até ficava um tanto estridente ao deixar o volume no máximo, o que não garantia uma experiência boa.
Já o kit de acessórios do aparelho acaba sendo um de seus destaques. Além de ter o diferencial de vir com um fone Bluetooth, na caixa do TecToy On, você ainda encontra uma capa de silicone para o celular e até mesmo uma película protetora para a tela do aparelho, algo que não estamos muito acostumados a ver em um conjunto padrão, já que estes itens, normalmente, costumam ser vendidos separadamente.
Por fim, ainda em relação ao acabamento, o TecToy On conta com 4 botões em seu corpo, sendo eles: aumentar/diminuir volume, power e um botão para chamar o Google Assistente. Apesar de até mesmo vir com um fone Bluetooth, do qual falaremos mais a frente, felizmente o TecToy On conta com uma entrada P2 para fones de ouvido.
Fone de ouvido Bluetooth
Assim como prometido em nosso hands-on, desta vez, na análise do TecToy On, nós podemos comentar sobre a qualidade do som de seu fone de ouvido Bluetooth após ele ter passado por diversos testes.
Sendo do tipo intra-auricular, aqueles que ficam mais “dentro” da orelha e tentam isolar os sons de fora, este fone da TecToy On se mostra realmente bem confortável. Inclusive, ele ainda vem com um conjunto de “borrachas” de diferentes tamanhos para que você escolha qual se adapta melhor a você.
Já em relação a qualidade do som, ela apenas acaba sendo mediana. Diferente do som do próprio celular, os fones de ouvido que vem com o TecToy On até apresentam médios aceitáveis e bos agudos. Entretanto, os graves ficam quase que completamente apagados e, no geral, o som que você ouve não acaba saindo com muita nitidez nem muito cristalino.
Em relação a autonomia, no total, eu consegui usar o fone de ouvido por um pouco mais de 4 horas com a sua carga completa. Já em outro teste, com 60% de carga, a sua autonomia foi para aproximadamente 1 hora e 40 minutos.
Desempenho
Já para a performance, o TecToy On vem com uma configuração que o enquadra como um aparelho de “entrada quase intermediário”, por conta de alguns pequenos detalhes. Antes de falarmos como ele se saiu nos testes, primeiro, confira a sua ficha técnica:
- Processador Octa-Core MediaTek Helio P22;
- 4 GB de memória RAM;
- 128 GB de espaço para armazenamento;
- GPU PowerVR Rogue GE8320;
- Bateria de 4.000 mAh.
De forma geral, para rodar aplicativos mais leves do nosso cotidiano como o Spotify, Chrome e WhatsApp, o TecToy On se sai bem e dá conta do recado. Ainda assim, isso não quer dizer que ele esteja imune a apresentar pequenas lentidões. Inclusive, ao fazer mais testes, algo que me incomodou foi o fato de alguns programas terem “travado e fechado sozinhos” ocasionalmente, o que também vale notar, já vi acontecer em outros aparelhos com este mesmo processador.
Já para jogos, o TecToy On pode ser recomendado apenas para rodar títulos mais leves. Em nossos testes com o famigerado “Free Fire”, assim como o Mario Kart Tour, o celular foi capaz de rodar o jogo de forma satisfatória, apesar de apresentar pequenos travamentos. Já alguns outros jogos mais antigos, porém ainda avançados, como o Asphalt 9, não pôde ser testado por não ser compatível com o aparelho, ao menos de acordo com a Google Play.
Apesar de apresentar uma performance razoável para as tarefas descritas acima, no teste de benchmark, o TecToy On não apresentou bons números. Assim, no GeekBench 5, o aparelho apresentou a pontuação de 152 pontos para atividades Single-Core e de 827 para Multi-Core, o que o deixa atrás de alguns aparelhos de entrada.
Por sua vez, algo em que o celular TecToy On surpreende positivamente é em sua autonomia. Em meus testes, com o nível de brilho da tela perto dos 100% e ao utilizar o celular para a reprodução contínua de vídeos e navegar na internet, a sua bateria de foi de 60% para 10% em 5 horas de uso. Já de forma geral, o celular consegue oferecer autonomia o suficiente para um dia de uso dependendo das atividades realizadas nele. O seu tempo para uma recarga completa, entretanto, foi de pouco mais de duas horas.
Fotos
Em relação as fotos, o celular da TecToy até consegue se sair bem em diferentes situações, mas antes de entrar nos detalhes, primeiro, veja quais são as suas lentes:
- Lente Wide de 48 megapixels com abertura f/1.8;
- Lente Ultra-Wide de 5 megapixels com abertura f/2.2;
- Lente Macro de 2 megapixels e abertura f/2,4;
- Lente para selfies de 8 megapixels e abertura f/2.0.
De forma geral, quando utilizado em ambientes claros ou com iluminação natural, na maioria das situações, o TecToy On se sai bem ao saturar um pouco as cores e manter um nível de detalhes aceitável. Ainda assim, não pude deixar de notar, em algumas fotos, eu senti que o pós-processamento do celular acabou errando na hora de compensar a luz, o que fez com que partes determinadas de fotos ficassem um pouco mais escuras do que deveriam. Abaixo, veja algumas fotos tiradas com a lente wide e ultra-wide do aparelho.
Algo que por sua vez faz falta no TecToy On é um modo noturno. O celular da marca brasileira até identifica quando você está em um ambiente com pouca iluminação na hora de tirar uma foto, mas ainda assim não tem um modo dedicado para isto e a imagem final, como pode ser vista abaixo, não é das melhores e parece até mesmo estar um pouco sem foco.
Por sua vez, a câmera frontal do TecToy On até é capaz de tirar boas fotos em ambientes iluminados, mas o nível de detalhes das imagens capturadas não fica tão alto. Aqui, também testei o modo retrato para fotos, que deixou muitos elementos que deveriam estar borrados ainda visíveis.
Sistema
O TecToy On vem por padrão com o Android 10 instalado e uma interface bem pura do sistema do Google. É verdade que o seu menu de configurações até tem um visual um pouco diferente, mas que pessoalmente, achei bem organizado.
Sem ter muitas alterações bruscas, o único contra que encontrei neste quesito foi realmente o fato do TecToy On vir com muitos jogos e programas pré-instalados, inclusive um sendo uma “loja de apps”. Alguns deles, é verdade, podem ser até úteis como o “Smart Manager”, que te ajuda a fazer a manutenção do Android ou o “Modo Kids”, que como o nome sugere, deixa pais configurarem o TecToy On para ser utilizado por crianças.
Já o lado positivo aqui é que quase todos estes aplicativos podem ser desinstalados sem a necessidade de root ou de procedimentos que possam ser arriscados.
Preço e disponibilidade
O celular TecToy on foi anunciado em setembro deste ano, mas o seu envio começou a ser realizado apenas na segunda quinzena de outubro. O celular está atualmente a venda no site oficial da marca com o preço sugerido de R$1.999,00.
Conclusão
O celular TecToy On consegue acertar em alguns pontos como no acabamento, boas fotos e até na autonomia. Algo inclusive que ressaltamos como positivo, foi o diferencial que a TecToy resolveu dar nos itens que fazem parte de seu conjunto.
Ainda assim, existem muitos detalhes nele que precisam ser melhorados como ter um brilho adaptável, som melhor e performance mais rápida. O TecToy On, se enquadrado como um celular de entrada, pode até se provar uma opção bem interessante, mas o seu preço sugerido atual está um pouco acima pela experiência que ele oferece.