4 resoluções de Ano Novo para usar as redes sociais de maneira mais saudável

Rene Ribeiro26/12/2018 21h28, atualizada em 27/12/2018 13h00

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Todo fim de ano fazemos a listinha de resoluções para o ano novo. Meta para emagrecer, ganhar dinheiro, gastar menos também e planejar a viagem dos sonhos. Tudo bem, metas são necessárias para atingir objetivos.

E levando em conta que as redes sociais estão cada vez mais presentes em nossas vidas, até mesmo pelo crescimento do acesso à internet, seria interessante estabelecer também algumas resoluções com a finalidade de melhorar nossas interações nas plataformas sociais. Quem discutiu com amigos e familiares nas últimas eleições levante a mão…

As 4 sugestões a seguir foram baseadas em estudos de psicologia do comportamento humano e as referências estão no final desse artigo.

Falar de tecnologia é o cerne do Olhar Digital e, por esse motivo, é obrigação tratarmos o tema de comportamento nas redes sociais, que tanto afeta o relacionamento das pessoas, inclusive de forma negativa. Esperamos poder ajudar na convivência saudável nas redes sociais com essas dicas.

Resolução 1: Lembrar que as redes sociais são um reflexo muito vago da realidade

A maioria das pessoas geralmente compartilha conteúdo agradável em redes sociais. Fotos de família, namoro, aniversário, enfim, as redes sociais devem ser para distrair e se conectar com pessoas queridas.

Porém, ao mesmo tempo, acaba sendo comum as pessoas compartilhem aspectos menos positivos de suas vidas também, já que sua rede é composta de amigos e parentes nas quais confiamos e, portanto, também acabamos desabafando nossos anseios. No entanto, isso pode ter consequências negativas para nosso bem-estar emocional.

O jornal internacional de pesquisa de saúde pública e ambiental mostraram que as redes sociais  podem afetar nossa auto-estima, porque nos comparamos constantemente com os outros, em detrimento de nós mesmos. Assim, o potencial das redes sociais para confundir as fronteiras entre realidade e ficção pode ser bastante amplo e perigoso.

Em poucas palavras, ao comparar nossa vida com o que os outros publicam em suas redes sociais, podemos sofrer danos em nossa autoestima, já que estamos vendo apenas um lado da moeda. Dada esta situação, existem dois fatores importantes a serem considerados.

Primeiro, devemos evitar comparar-nos com os outros em qualquer situação, pois a experiência vivida por cada um é única. Especialmente levando-se em conta que geralmente não emitimos julgamentos totalmente confiáveis, porque somos seres subjetivos.

Em segundo lugar, é necessário ter em mente que os conteúdos compartilhados nas redes sociais não é totalmente verdade na maioria dos casos.

Ou seja, ao fazer julgamentos comparativos entre nossas vidas e as dos outros, estaríamos considerando apenas parte das informações, pois as pessoas geralmente não publicam seus defeitos nas redes sociais. Por outro lado, as pessoas geralmente estão cientes de suas deficiências.

Nesse sentido, um bom propósito para começar o novo ano poderia ser lembrar que as redes sociais não são um verdadeiro reflexo da realidade, portanto, devemos evitar comparar nossas vidas com o que os usuários publicam nelas.

Resolução 2: Cultivar relacionamentos fora das redes sociais

Enquanto as redes sociais servem para nos manter constantemente conectados com as pessoas, foi demonstrado que o tempo que passamos nessas plataformas é inversamente proporcional ao quão solitário podemos nos sentir.

Por exemplo, uma pesquisa da Universidade de Pittsburgh, mostrou que as pessoas que usam as redes sociais excessivamente muitas vezes se sentem sozinhas, tristes e deprimidas com mais frequência e intensidade. Nesse sentido, apesar do fato de as redes sociais nos conectarem com os outros, paradoxalmente, essas plataformas nos isolam da vida real.

Portanto, um bom ano novo poderia ser o de cultivar nossas amizades para além das redes sociais. A este respeito, tem sido sugerido em várias ocasiões que as interações sociais são mais benéficas quando realizadas na vida real, ao invés de plataformas online.

Em todo caso, não se trata de abandonar completamente o uso de redes sociais, mas de manter um equilíbrio entre seu uso e as interações que estabelecemos face a face com as pessoas que estão em nossas redes sociais.

Resolução 3: Controlar o tempo de uso das redes sociais

Em consonância com o objetivo anterior, observou-se que o uso excessivo de redes sociais pode desencadear comportamentos problemáticos e sintomas de sofrimento emocional. Não é por acaso que o uso inadequado dessas plataformas está a poucos passos de ser considerado um vício digno dos manuais de diagnóstico de transtornos mentais.

Assim, observou-se que as pessoas que usam as redes sociais de forma inadequada são mais propensas a desenvolver ansiedade, depressão e outros transtornos mentais.

Por seu turno, tem sido demonstrado que aqueles que passam pouco tempo nessas plataformas são capazes de estabelecer conexões mais reais e duradouras com seus entes queridos, sentem menos pressões sociais e são capazes de vivenciar mais conscientemente cada experiência.

Sob essa premissa, uma boa maneira de começar este novo ano pode incluir o controle do tempo que dedicamos às redes sociais. Como no caso anterior, não se trata de abandonar completamente seu uso, mas de exercer o controle consciente, mantendo um equilíbrio entre experiências reais e nossas interações digitais.

Resolução 4: Usar as redes sociais como um espaço para compartilhar coisas boas

Um problema muito comum em torno do uso inadequado de plataformas online é o assédio nas redes sociais. Infelizmente, há muitos casos de cyberbullying em todo o mundo e, em várias ocasiões, essas histórias chegaram a um desfecho fatal.

Portanto, um bom propósito para este ano que está prestes a começar é fazer com que nossas redes sociais sejam um espaço de compartilhamento agradável. Neste caso, muitas plataformas implementaram ferramentas que permitem reportar conteúdo que pode ser ofensivo e prejudicial, como o Youtube e o Facebook, por exemplo.

No entanto, no nível individual, também é possível levar em consideração certas recomendações. Assim, o mais importante é conhecer os usuários das redes que utilizamos, para não nos envolvermos em situações que possam ter consequências negativas.

Além disso, é importante evitar comentários que possam prejudicar ou ferir as suscetibilidades de outras pessoas e que possam iniciar situações de disputa.

Por fim, a ideia é ter um controle consciente sobre nossa experiência nas redes sociais, para que possamos aproveitá-las, cuidar do nosso bem-estar emocional e evitar consequências negativas.

Referências:

  1. Trolls, fanboys and lurkers: understanding online commenting culture shows us how to improve it, Renee Barnes, (2018), University of the Sunshine Coast

  2. The effects of active social media engagement with peers on body image in young women, (2018). https://doi.org/10.1016/j.bodyim.2018.11.002

  3. Online Social Networking and Addiction—A Review of the Psychological Literature. https://doi.org/10.3390/ijerph8093528

  4. Disconnected: Non-Users of Information Communication Technologies, (2018). https://doi.org/10.1177/1360780418764736

Fonte: Tekcrispy

Colaboração para o Olhar Digital

Rene Ribeiro é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital