Reino Unido pode seguir os EUA e banir Huawei das suas redes 5G

Primeiro-ministro Boris Johnson decidirá a questão em uma reunião com o Conselho de Segurança Nacional; de quatro empresas que operam a rede 5G na região, três usam equipamentos chineses
Renato Mota13/07/2020 20h12

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O governo do Reino Unido deve ceder ao lobby feito pelos Estados Unidos e proibir equipamentos fabricados pela Huawei das suas redes 5G. Os norte-americanos baniram os chineses por razões de segurança nacional. Do outro lado, a Huawei insiste que nunca receberia ordens do governo chinês.

A decisão será tomada em uma reunião do Conselho de Segurança Nacional presidida pelo primeiro-ministro Boris Johnson que acontece nesta terça-feira (14). Rumores indicam que Johnson possa optar por proibir o uso de equipamentos da Huawei apenas das funções centrais da rede, como autenticação de usuários e o enviar voz e dados entre dispositivos.

Em entrevista coletiva, Johnson disse que quer um sistema que ofereça “benefícios ao consumidor” sem comprometer a infraestrutura nacional, a segurança ou o relacionamento do Reino Unido com outras agências de inteligência. Oficialmente, a justificativa para a mudança de política é o impacto que as novas sanções dos EUA a certos produtos chineses afetariam a capacidade da Huawei de permanecer um fornecedor confiável.

As quatro redes 5G no Reino Unido são gerenciadas pelas teles 02, Three, EE e Vodafone – as três últimas usam equipamentos da Huawei. As empresas já tinham se comprometido a limitar o papel da Huawei no 5G em 35% até 2023. Está em discussão agora a redução para zero em mais dois a quatro anos – porém, como consequência, isso pode atrasar o desenvolvimento da tecnologia e interromper alguns dos serviços.

A ideia de vetar equipamentos da Huawei ganhou força também no governo brasileiro. O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou em junho que o leilão do 5G no Brasil vai considerar questões de “soberania, a segurança de dados e a política externa”. Todd Chapman, embaixador dos EUA, chegou a sugerir que o país está disposto a financiar a compra de equipamentos de outros fornecedores para o Brasil, apenas para evitar a Huawei.

Via: BBC/Reuters

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital