Pesquisadores nos EUA criam ‘atum robô’

Ideia é estudar os movimentos altamente eficientes dos peixes para desenvolver novos sistemas de propulsão subaquática
Rafael Rigues20/09/2019 19h21

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Uma equipe de pesquisadores da escola de engenharia da Universidade da Virginia, em colaboração com biólogos da Universidade de Harvard, ambas nos EUA, desenvolveu o primeiro robô capaz de imitar os movimentos e a velocidade de um atum amarelo, também conhecido no Brasil como ‘albacora cachorra’.

O peixe robô é fruto de um projeto multidisciplinar de 5 anos patrocinado pelo Escritório de Pesquisa Naval dos EUA para estudar a física envolvida nos movimentos de diferentes tipos de peixes, a um custo de US$ 7,2 milhões (quase R$ 30 milhões). O objetivo é, eventualmente, encontrar soluções para novos sistemas de propulsão subaquática, mais eficientes do que as hélices usadas atualmente.

Segundo a professora de engenharia mecânica e aeroespacial Hilary Bart-Smith, que liderou o projeto, ‘nosso objetivo não era só construir um robô. O que realmente queríamos era entender a ciência do nado. Nosso objetivo era construir algo no qual pudéssemos testar hipóteses sobre o que torna alguns peixes tão rápidos e eficientes’.

Mas antes de construir um robô, era necessário entender como os atuns se movem. Este foi o papel da equipe liderada por George V. Lauder, professor de biologia de Harvard. Foi com base nesses resultados que a equipe liderada por Bart-Smith construiu o ‘tunabot‘.

Com cerca de 25 cm de comprimento, ele não só se move como um peixe real, mas também é capaz de alcançar velocidade equivalente. Um atum amarelo pode chegar a mais de 2 metros de comprimento e pesar mais de 200 quilos, e tem uma velocidade máxima de mais de 70 quilômetros por hora.

Robôs subaquáticos podem ser usados para os mais variados fins, como defesa, exploração de recursos marinhos, inspeção de infraestruturas ou mesmo a recreação.

Não assumimos que a natureza evoluiu a melhor solução‘, disse Bart-Smith. ‘Estes peixes tiveram muito tempo para evoluir uma solução que os permite sobreviver – especificamente comer, se reproduzir e não ser devorados. Mas se não tivermos que nos preocupar com estes requisitos, podemos focar apenas nos mecanismos e recursos que promovem maior desempenho, velocidade e eficiência. Nosso objetivo final é superar a natureza. Como construir algo que se parece com ela, mas nada mais rápido que qualquer coisa que você já viu no oceano?’

Fonte: UVAToday

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital