Pesquisadores criam ‘peixe robô’ para estudar vida marinha

Redação21/03/2018 20h11, atualizada em 21/03/2018 20h57

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Uma equipe de cientistas do CSAIL (laboratório de ciências da computação e inteligência artificial do MIT) publicou hoje um estudo sobre um novo robô que eles desenvolveram. Trata-se do SoFi, um peixe robô de aparência realista que pode nadar ao lado de outros peixes e oferece aos biólogos marinhos uma maneira de “espiar” a vida dos seres subaquáticos.

O nome SoFi, segundo os pesquisadores, é uma abreviação de “Soft Fish” – já que trata-se de um robô maleável. Ele é composto por um rabo, que se move com o auxílio de uma bomba hidráulica, um corpo com câmaras de espuma de uretano que consegue controlar quanto o robô afunda na água, e a cabeça. O vídeo abaixo mostra o SoFi em ação:

Na cabeça do robô ficam localizados os componentes eletrônicos, como seu cérebro (um pequeno PC que roda Linux) e uma câmera que permite que os pesquisadores vejam o que ele vê. Lá fica também o receptor de sinais ultrassônicos, que são o meio pelo qual os operadores controlam o movimento do SoFi. Para fazer isso, eles usam um controle de SNES modificado, como pode ser visto na foto lá em cima.

Um oceano de vantagens

Há outras maneiras de se estudar seres subaquáticos, mas o SoFi tem muitos pontos positivos que elas não têm. Por exemplo, segundo o The Verge, seu corpo é feito por partes impressas em 3D, o que o torna rápido e barato de se produzir. E o fato de ele poder ajustar sua própria capacidade de boiar permite que ele nade a diferentes profundidades, ampliando sua área de operação. Ele também consegue ficar parado em determinada profundidade, o que ajuda na hora de gravar espécies mais ariscas.

Finalmente, o uso de um rabo para mover o robô é um dos pontos mais interessantes. Ele não oferece qualquer risco para os animais próximos a ele, diferente de robôs ou veículos que usem hélices para se mover. E também diferentemente deles, o SoFi não faz barulho ao se mover, o que o torna menos assustador para os animais e permite registrar melhor o comportamento natural deles.

Segundo Daniela Rus, uma das autoras do estudo, “ficamos empolgados de ver que nosso peixe pode nadar lado a lado com outros peixes, e eles não fugiram dele. Isso é bem diferente do que acontece quando um mergulhador humano se aproxima”, diz. Trata-se, segundo ela, de uma “ferramenta extraordinária para estudar biologia marinha”. “Para descobrir a vida secreta dos animais que vivem debaixo d’água, precisamos juntar mais dados. Isso pode ajudar”, diz.

Mesmo assim, a equipe ainda vê algumas melhorias que podem ser feitas ao SoFi. Por exemplo: segundo o Engadget, ele só pode mergulhar a até 18 metros de profundidade e ficar no máximo 40 minutos debaixo d’água sem precisar recarregar as baterias, e a equipe pretende aumentar esses números. Os pesquisadores também pretendem aumentar a velocidade máxima dele e avaliar a possibilidade de criar “cardumes” de peixes-robôs coordenados para estudar o comportamento de seres marinhos.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital