Pesquisadores encontram novo tipo de supercondutor

Material se comporta de forma diferente do que é encontrado em outras categorias de supercondutores, substâncias que podem transmitir energia com eficiência de quase 100%, sem oferecer resistência
Rafael Rigues23/09/2020 14h10, atualizada em 23/09/2020 14h15

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Pesquisadores da Universidade de Cornell, nos EUA, encontraram um novo tipo de supercondutor, uma classe de materiais que pode transmitir energia com eficiência de quase 100%, sem oferecer resistência elétrica.

Apesar do potencial, supercondutores tem uma característica que dificulta seu uso: precisam ser resfriados a temperaturas baixíssimas. Um dos materiais mais comuns, composto por Ítrio, Bário e Óxido de Cobre (YBCO), precisa ser resfriado a -180 ºC para exibir características supercondutoras.

O “santo graal” dos físicos é a descoberta de um supercondutor à “temperatura ambiente”, capaz de funcionar acima dos 0 ºC, algo que revolucionaria completamente nossa tecnologia. Por isso as pesquisas na área são importantes.

Segundo a Teoria BCS, a maioria dos materiais supercondutores pode ser classificada em duas categorias, de acordo com a orientação dos “pares de coopper” formados por seus elétrons. Em um supercondutor “onda s” os elétrons apontam diretamente um para o outro, cancelando seu momento angular.

Já os supercondutores “onda d” tem os elétrons em uma orientação diferente, gerando momento angular positivo em um eixo e negativo em outro, ou seja, duas unidades de momento angular. A nova categoria, chamada “onda g”, foi descoberta através de uma análise espectroscópica ressonante de um material chamado “rutenato de estrôncio”, que tem momento angular que não pode ser classificado em nenhuma das categorias anteriores.

Segundo o físico Brad Ramshaw, membro da equipe que conduziu o experimento, ele “mostra a possibilidade de um novo tipo de supercondutor sobre o qual nunca havíamos pensado. Ele realmente abre as possibilidades sobre o que um supercondutor pode ser, e como pode se manifestar.

“Se quisermos dominar os supercondutores e usá-los em nossa tecnologia com o tipo de controle preciso que temos com os atuais semicondutores, vamos precisar realmente entender como eles funcionam, e todas a váriáveis e ‘sabores’ que existem”, afirmou.

Fonte: Science Alert. Foto por: DFSB DE on VisualHunt.com / CC BY-SA

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital