Pesquisa identifica ‘adorável’ larva de peixe-sol pela primeira vez

Peixes da espécie Mola alexandrini podem chegar a 3 metros de comprimento e pesar mais de 2 toneladas
Redação27/07/2020 18h59

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Cientistas da Austrália e da Nova Zelândia identificaram pela primeira vez os filhotes de uma das maiores espécies de peixes ósseos do oceano: o Mola alexandrini, ou Peixe-Sol do Sul. Embora os animais adultos possam medir até três metros e pesar mais de 2 toneladas, as larvas do Peixe-Sol apresentam apenas alguns milímetros e podem ser comparadas a pequenos grãos de feijão.

O Peixe-Sol do Sul compõe a família Molidae junto a outras quatro espécies: o Mola mola (peixe-lua), Mola tecta (Hoodwinker sunfish), Masterus lanceolatus (peixe-lua-rabudo) e Ranzania laevis (peixe-sol delgado ou peixe-roda). O grupo se destaca por uma forma corporal achatada com uma enorme barbatana dorsal, parecida com a de um tubarão.

Os corpos desses peixes são curtos e eles não contam uma barbatana na calda, como é comum a outras famílias de espécies. Em vez disso, os sunfishs apresentam estruturas conhecidas como clavus nas extremidades traseiras que ajudam esses animais a se locomoverem.

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Peixe-Sol pode chegar até 3 metros de comprimento e 2,3 toneladas. Imagem: NewScientist

Apesar de compartilharem dessa semelhança, as espécies são diferenciadas justamente pela forma da clavus e características da cabeça. O mola mola por exemplo possui barbatanas mais pontiagudas, enquanto o Mola alexandrini conta com estruturas mais arredondadas.

As larvas dos animais no entanto, além de muito pequenas, ainda não apresentam as características de barbatanas e outras estruturas fundamentais para diferenciar as espécies. Isso dificulta que cientistas possam associar qual a espécie de um filhote. Em 2017, no entanto, pesquisadores conseguiram capturar larvas de apenas 5 milímetros para estudo.

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Ilustração da Larva de Peixe-Sol do Sul. Foto: Divulgação

Eles então removeram os olhos de uma da espécie e executaram o sequenciamento genético do peixe. De acordo com o LiveScience, o método minimizou os dados aos pequenos animais enquanto garantiu amostras de DNA valiosas para a pesquisa. A etapa seguinte foi comparar o material genético com os dados de um catálogo de DNA extraídos de peixes adultos. O procedimento apontou que o filhote era um Mola alexandrini.

Uma vez que a espécie foi identificada, os cientistas agora pretendem comparar a larva com os dados de outros filhotes da família Molidae não identificados no banco de informações do Museu Australiano e da Organização de Pesquisa Industrial e Científica da Commonwealth em Hobart. A proposta é verificar se há algum correspondente da mesma espécie.

De acordo com Marianne Nyegaard, pesquisadora associada ao Museu Auckland War Memorial e uma das autoras do estudo, mais pesquisas sobre as larvas do Peixe-Sol do Sul devem ajudar a ciência a desvendar novos fatos a respeito do estágio inicial da vida dos peixes da família Molidae.

“Se queremos proteger esses gigantes marinhos, precisamos entender toda o seu ciclo de vida, e isso inclui saber como são as larvas e onde elas são depositadas”, disse Nyegaard.

Fonte: LiveScience

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital