Os aplicativos mais caros da Google Play. E que não servem para nada

Rene Ribeiro07/01/2019 20h05, atualizada em 08/01/2019 09h30

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No Google Play, há aplicativos para todos os gostos e tipos de usuários. Existem aplicativos de saúde, personalização , finanças, jogos de corrida, tiro, aventura e, como não podia deixar de ser, apps que definem muito bem a palavra ostentação.

Para começar, é o caso das seis aplicativos desenvolvidas por Abu Moo, e cada uma delas custa R$ 1.500. Não, não tem erro de digitação, é esse preço mesmo.

Pode-se pensar, portanto, que cada um das aplicações dele oferece algum tipo de coisa extraordinária. Mas a verdade é que tal pensamento está bem longe da realidade. Nenhum dos seis apps do desenvolvedor serve absolutamente para nada.

Opa, calma, talvez tenha me apressado, porque eles tem uma função: adicionar um widget com a imagem de uma pedra preciosa em sua tela inicial. Você pode escolher entre um diamante negro ou azul-marinho, uma esmeralda, um rubi, uma ametista ou, por que não, uma safira.

Reprodução

Não, não são jóias. São aplicativos da Google Play

A descrição do aplicativo já deixa claro o seu propósito : “Você é rico e bem sucedido? Você quer comprar aplicativos caros, porque você pode? Talvez você queira impressionar seus amigos pobres […]”. E finaliza: “Em qualquer caso, este widget é só para você! Um dos aplicativos mais caros no mercado, que não faz absolutamente nada, a não ser mostrar ao mundo o quão rico e maravilhoso que você é!”

Dos seis aplicativos, cinco deles foram baixados uma única vez, atingindo uma classificação de cinco estrelas. Vê-se que a ametista não cai no gosto dos mais ricos. Todos esses apps foram lançados em 2 de setembro de 2013 e o desenvolvedor disse que atualizaria sua boutique de jóias digitais com mais pedras preciosas, mas esse não foi o caso. Na verdade, eles nem sequer foram atualizados uma vez . Todos estão na versão 1.0.

Em nível de curiosidade, o preço máximo de um app da Google Play no Brasil é exatamente o mesmo valor que o desenvolvedor Abu Moo colocou nesses apps: R$ 1.500.
-> Google Play Store: tudo sobre a loja de aplicativos do Android

Eles não são os únicos aplicativos absurdamente caros

Nenhuma butique de Abu Moo tem alguns concorrentes importantes, é claro. Mas em 25 janeiro de 2018 chegou ao Google Play  os aplicativos de nome “O app mais caro” e “O Game mais caro“, desenvolvidos pela AllYouCanApps e KD Games, respectivamente.

A primeira dessas promessas que você vai ver também é uma pedra preciosa na tela e tem um preço de R$ 1.499,99 (um centavo mais barato do que uma jóia de Abu Moo). O segundo é um jogo que envolve mover uma bola ao longo de vários níveis e seu preço é de R$ 1.349,99.

Também temos os aplicativos do desenvolvedor Trying2besome1, que criou o mesmo app (mesmo ícone, mesma descrição, mesmas capturas), mas em idiomas diferentes.

Reprodução

O mesmo app, mas em idiomas diversos: R$ 1.499 cada um

Vale citar uma das Screenshots do app com uma foto de uma maleta cheia de notas de dólar com a frase “Você acha que tem muito dinheiro? Por favor, não me faça rir, você nem tem esse app…”

Há também os que são úteis

Há também livros caros, mas que são mais úteis. Por exemplo, o título 5 Minute Sports Medicine, uma enciclopédia sobre medicina aplicada aplicada ao esporte, custa R$ 329,99.

“Cirurgia ginecológica”, um livro de Victor Bonney também convertido em app, tem o preço de R$ 303,77. “O Atlas Colorido da Medicina Interna“, da editora McGraw-Hill, tem o preço de R$ 404,99.

E se você está com receio de baixar quaisquer desses apps, sempre é possível optar por um antivírus como o Dr. Web, embora você tenha de pagar R$ 189,99.

Ok, é um antivírus, pode ser útil. Mas, nos comentários do app na Google Play, há usuários reclamando da falta de atualização (o que é ruim para um app de antivírus) e também outras que reclamam de mal funcionamento no celular específico. Felizmente, existe a possibilidade de reaver o dinheiro investido, caso não esteja satisfeito com o aplicativo.

A Apple Store também tem apps inúteis e caríssimos

Não é apenas no Android que encontramos aplicativos caros. No iOS, podemos encontrar o iVIP Black , um aplicativo para pessoas ricas (o app dos milionários, segundo a própria descrição na loja), no qual é necessário ter uma renda anual superior a um milhão de libras e comprová-la para entrar.

Nenhum, no entanto, é tão popular quanto o I Am Rich, um aplicativo desenvolvido por Armin Heinrich que foi lançado no iTunes em 5 de agosto de 2008 por US$ 999 e que foi eliminado pela Apple no dia seguinte.

Colaboração para o Olhar Digital

Rene Ribeiro é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital