Quando os EUA impuseram um embargo comercial contra a Huawei, como parte de sanções contra a China, muitos se perguntaram como a empresa seria capaz de produzir smartphones sem componentes de fornecedores norte-americanos, como a Qualcomm, Skyworks, Broadcomm ou Cirrus Logic, entre muitos outros. E a resposta da Huawei veio mais rápido do que se esperava.

Segundo artigo do Wall Street Journal, uma análise feita pelas empresas UBS e Fomalhaut Techno Solutions mostra que novos aparelhos, como o Mate 30 e o YS Prime 2019 não usam nenhum chip produzido por empresas norte-americanas.

Amplificadores de áudio da Cirrus Logic foram substituídos por produtos da NXP Semiconductor (Holanda). Switches de antena da Qorvo foram substituídos por produtos da japonesa Murata, e modems 2G, 3G e 4G da Qualcomm e Skyworks deram lugar a componentes da HiSilicon, subsidiária da Huawei. A STMicroelectronics, um conglomerado franco-italiano sediado na Suíça, e a MediaTek, de Taiwan, foram outras beneficiadas.

Reprodução

Componentes e fornecedores em smartphones da Huawei, antes e depois das sanções dos EUA. Nomes em vermelho são de empresas norte-americanas.

Entretanto, em uma declaração ao Wall Street Journal um porta-voz da Huawei afirmou que a empresa tem uma “preferência clara por continuar a integrar e comprar componentes de nossos parceiros e fornecedores dos EUA. Se isso for impossível por causa das decisões do governo dos EUA, não teremos escolha a não ser encontrar suprimentos alternativos de fontes não americanas”.

A Huawei também produz seus próprios processadores (Kirin, da HiSilicon), e pode contar com a MediaTek como uma alternativa em alguns produtos. A principal preocupação da empresa é o sistema operacional. Embora o Android seja um produto Open Source, e portanto possa ser usado, o pacote de serviços e apps do Google não é. E um smartphone “sem Google” é muito menos atraente aos consumidores no ocidente.

Recentemente empresas como a Microsoft receberam licenças especiais para fazer negócios com a Huawei, o que pode significar que o “castigo” imposto pelos EUA pode estar chegando ao fim.

Fonte: Wall Street Journal