A criação de um imposto sobre a movimentação financeira permitiria cobrar taxas de serviços como Uber e Netflix. Foi isso o que disse o ministro da economia Paulo Guedes na quinta-feira (5), afirmando também que a discussão sobre uma nova taxa similar à antiga CPMF precisa ser feita pelo país.
Para Guedes, os encargos trabalhistas devem ser diminuídos, porém um novo imposto deverá ser criado como compensação. Assim, o ministro defende que uma nova taxa nos moldes da CPMF seja criada, o que representaria seria uma maneira de taxar transações financeiras relacionadas a algumas empresas como Netflix e Uber.
O ministro falou sobre o assunto durante uma palestra que fez para empresários em Fortaleza. Essa foi sua primeira visita ao Nordeste desde que assumiu a pasta, em janeiro. O novo imposto, que ainda não tem nome, entraria na reforma tributária que será enviada ao Congresso.
“O que você prefere? Bota 0,2% aí, o FHC criou [a CPMF], arrecadou tão bem. O padre pagou, o traficante pagou, porque almoçou ta lá cobrando. Então vamos ter que escolher, cair o encargo trabalhista de 20% para 10%, 15%, com o imposto sobre movimentação junto”, declarou Guedes.
“Vamos dar essa escolha para a sociedade. Como pego Netflix e Uber? Podemos arrecadar R$ 100 bilhões, R$ 150 bilhões e podemos criar também 5 milhões de empregos com a diminuição do encargo trabalhista.”
A criação dessa nova tributação e a diminuição dos impostos trabalhistas pode fazer com que o Brasil cresça nos próximos anos. Segundo o IBGE, o país cresceu 0,4% no segundo trimestre de 2019. A projeção inicial era de que o crescimento poderia chegar a 2,5%, o que não deve ser atingido.
Via: Folha de S.Paulo