Novo calçado da Adidas só pode ser produzido por robôs

Futurecraft.Strung tem a parte superior feita por fios de diferentes características, trançados de acordo com um padrão determinado pelo pé do atleta
Rafael Rigues09/10/2020 18h30

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A Adidas apresentou nesta quinta-feira (8) um inovador conceito em calçados esportivos. Parte da iniciativa Futurecraft, uma incubadora para inovações e tecnologias que irão “moldar o futuro do esporte”, o Strung é um calçado ultra-leve, com solado impresso em 3D e projetado para oferecer uma “nova experiência” em treinos de curta distância e velocidade de 18 km/h ou superior.

A parte superior do calçado é o principal destaque. Ela é feita por fios coloridos, cada um com uma característica específica, trançados em qualquer direção necessária por um robô, seguindo um padrão determinado especificamente para o pé do atleta.

Reprodução

O robô responsável por “tecer” a parte superior do Strung, novo calçado desenvolvido pela Adidas. Foto: Adidas

Segundo a Adidas, o material “não é tricotado nem tecido: é algo que não existia antes”. Talvez a única analogia possível seja com os cabos de uma ponte estaiada, dimensionados e posicionados para suportar precisamente a pista abaixo. Mas no Strung os cabos são fios, e a pista é o pé do atleta.

Os fios vermelhos são mais rígidos e fortes, fornecendo suporte em áreas como o calcanhar e o arco do pé. Já os amarelos são mais flexíveis e colocados em regiões onde movimento é mais necessário, como a ponta dos pés.

A principal vantagem da tecnologia, segundo a Adidas, é que além do “caimento perfeito” o calçado resultante é leve: o protótipo do Strung pesa 220 gramas, enquanto outros calçados da empresa, como o 4D Run 1.0, pesam 366 gramas. O robô que tece a parte superior foi desenvolvido pelo estúdio de design digital Kram/Weisshaar, parceiro de longa data da Adidas.

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O robô responsável por “tecer” a parte superior do Strung, novo calçado desenvolvido pela Adidas. Foto: Adidas

“O Strung é um marco que tem o potencial de transformar a forma como os atletas trabalham em conjunto com designers, engenheiros e cientistas do esporte. O objetivo final é que ele seja uma plataforma capaz de servir a múltiplos esportes”, diz a empresa.

“Começamos com as corridas, mas este é só o começo. Queremos que este seja o têxtil mais baseado em dados (considerando a anatomia do pé e movimento do atleta) no mercado, e planejamos colocar os primeiros tênis no mercado no final de 2021 ou início de 2022”

Fonte: Engadget / Adidas

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital