Não se pode dizer que alguém está doente apenas pela tosse, diz estudo

Estudo mostrou vídeos de pessoas tossindo para que voluntários indicassem quem estava com algum problema; o resultado mostra que tudo não passa de apontamentos infundados
Luiz Nogueira10/06/2020 19h37

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Um estudo recente publicado por pesquisadores da Universidade de Michigan na revista Proceedings of the Royal Society B, descobriu que não é possível realizar diagnósticos precisos de uma doença apenas considerando a tosse das pessoas. O artigo descreve como a pesquisa foi conduzida e os resultados obtidos com os voluntários envolvidos.

Pesquisas anteriores indicam que é possível reconhecer certas doenças. No entanto, muito se discutiu sobre o assunto. Evidências anedóticas sugerem que indivíduos tendem a julgar o grau de uma doença quando as pessoas tossem.

Uma tosse alta, longa e úmida tem mais probabilidade de ser percebida como um sinal de doença, por exemplo, do que uma simples tosse rápida e seca. Assim, ao ouvir alguém ter uma crise, é provável que outras pessoas façam julgamentos sobre o quão doentes elas acham que esses indivíduos estão.

De acordo com o estudo, essas indicações estão equivocadas. Os pesquisadores testaram voluntários para saber se eles realmente sabiam a diferença entre alguém que tosse devido à garganta irritada ou por realmente ter uma doença.

Durante uma pandemia como a que estamos enfrentando, com uma doença que tem como sintoma a tosse, pode ser útil identificar se aquele som emitido pode estar ligado à Covid-19.

O trabalho envolveu a coleta de amostras de pessoas que tossem em vídeos do YouTube. Os pesquisadores então reproduziram esses clipes individualmente para 200 voluntários. Após cada uma das reproduções, os indivíduos que assistiram eram perguntados se a tosse representava uma doença ou apenas irritação na garganta.

Os resultados indicaram que eles estavam certos em metade dos palpites – uma chance de 50% atribuída apenas ao acaso. Com isso, foi possível concluir que as pessoas precisam ter mais cuidado antes de julgar outros dessa maneira, porque têm a probabilidade de estarem certas, mas também há chance de errarem.

Via: MedicalXpress

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital