Em setembro, usuários brasileiros do serviço de armazenamento de arquivos em nuvem Mega foram pegos de surpresa quando o site simplesmente parou de funcionar. Depois foi descoberto que a página ainda permanecia no ar, mas o site estava bloqueado pelas operadoras brasileiras por ordem judicial. Só agora o serviço foi restabelecido.

A confirmação veio a partir de um tuíte do próprio Mega, que afirmou ter levado uma apelação ao Tribunal de Justiça de São Paulo para que a página fosse desbloqueada. O recurso foi aceito, e agora o site deve ser acessível para todos. Quem ainda não consegue usar o site deve contatar sua operadora, diz a empresa.

O Mega, no entanto, não foi o único bloqueado com a ação judicial. Outros sites acusados de distribuição de pirataria também tiveram o acesso impedido pelas operadoras por ordem da Justiça. Como observou o Partido Pirata em sua página no Facebook, os outros endereços continuam afetados. Os outros endereços afetados são alfastream.cc, akugyash.com, centrelinguistique.com, oload.tv, verystream.net, fembed.net, ruvid.nl, clipwatching.com e videoshare.club.

A solicitação de bloqueio havia partido da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) por meio de ação que corre em segredo de Justiça, então os detalhes são escassos. Claro Brasil, Vivo-Telefônica, Oi e Algar foram as operadoras que precisaram bloquear as páginas por meio da ordem.

Histórico do Mega

O Mega já tem uma tradição de longa data relacionada a bloqueio por pirataria. O site é o sucessor espiritual do finado Megaupload, fundado em 2005 e extinto em 2012 após ter seu domínio e servidores confiscados pelo FBI. A acusação era de que a página era usada para distribuição de material protegido por direitos autorais, o que era verdade, mas usuários que tinham arquivos legítimos armazenados na plataforma para backup também tiveram seus documentos tomados, e jamais foram devolvidos.

Um ano depois, em 2013, Kim Dotcom, o extravagante fundador do Megaupload, anunciou a fundação do Mega. Desta vez, o serviço contaria com criptografia de ponta a ponta, o que impediria que a empresa sequer soubesse o que seus usuários estavam enviando para seus servidores. A medida servia para proteger tanto os usuários quanto a própria empresa de novas acusações de pirataria. O conteúdo só ficava exposto quando o usuário divulgava o link com as chaves criptográficas para download do material em algum site externo.