Mapeamento 3D mostra a verdadeira forma dos cromossomos

Pesquisadores de Harvard criaram um modelo tridimensional da estrutura do DNA com uma precisão cerca de dez vezes maior do que até então já havia sido feito
Renato Mota20/11/2020 15h50

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No Ensino Médio, somos apresentados aos cromossomos nas aulas de Biologia como uns “X” rabiscados. Mas apesar dessa imagem estar gravada nas nossas mentes (e livros didáticos), na maior parte do tempo, essas estruturas não são assim.

Quatro pesquisadores da Escola de Graduação em Artes e Ciências da Universidade de Harvard, Pu Zheng, Seon Kinrot, Jun-Han Su e Bogdan Bintu, capturaram imagens 3D de alta resolução de cromossomos humanos para mostrar como eles realmente são. Essas imagens mais precisas  ajudarão não apenas na formação dos próximos cientistas como podem explicar como a forma dos cromossomos influência seu funcionamento.

Xiaowei Zhuang lab/Divulgação

A imagem multicolorida da cromatina foi criada usando microscopia de super-resolução. Imagem: Xiaowei Zhuang lab/Divulgação

“É muito importante determinar a organização 3D do cromossomo, não só para entender os mecanismos moleculares subjacentes, mas também esta organização regula a função do genoma”, explica Zheng. Os resultados do mapeamento foram publicados na revista científica Cell, e a equipe está compartilhando seus dados online para que outros pesquisadores possam levar sua análise mais adiante.

O modelo 3D foi criado a partir de imagens de todos os 46 cromossomos humanos e close-ups de uma seção de um cromossomo. Para obter uma imagem de algo tão pequeno, os pesquisadores capturaram pontos conectados (“loci genômicos”) ao longo de cada cadeia de DNA. Montando esse quebra-cabeças, os cientistas puderam formar uma imagem abrangente da estrutura da cromatina.

A equipe obteve imagens de cerca de dois mil loci de cromatina por célula, um aumento de mais de dez vezes em relação ao mapeamento mais preciso feito anteriormente. Com esse “Google Maps 3D” do genoma, os cientistas analisaram como a estrutura muda ao longo do tempo e como esses movimentos ajudam ou prejudicam a divisão e replicação celular.

Via: ScienceAlert

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital