Inteligência artificial será usada para aprimorar ciberataques, alertam especialistas

Relatório de agência britânica destaca que uso da tecnologia por serviços de inteligência pode criar novos mecanismos de segurança, mas também provocar discussões sobre privacidade
Redação27/04/2020 21h49, atualizada em 27/04/2020 22h12

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De sistemas de carros elétricos até programas para entender a estrutura do Universo, a inteligência artificial ganha cada vez mais aplicações. Agora, um grupo de especialistas da agência britânica de segurança de comunicações GCHQ (Government Communications Headquarters) publicou um estudo sobre as perspectivas dessa tecnologia no âmbito de serviços de inteligência e segurança digital.

De acordo com o Zdnet, o relatório aponta que a evolução da IA (inteligência artificial) pode proporcionar novas oportunidades para desenvolver sistemas contra a atividade de agentes maliciosos. Por outro lado, a mesma tecnologia também deve ser empregada por criminosos para a criação de novos métodos de ciberataques.

“Agentes maliciosos com certeza vão explorar a inteligência artificial para atacar o Reino Unido. É provável que eles estejam desenvolvendo ou já tenham desenvolvido capacidades ofensivas ativadas pela Inteligência Artificial” diz o relatório do Royal United Services Institute for Defence and Security Studies (RUSI), grupo britânico de especialistas em defesa e segurança.

Reprodução

Segundo o relatório, três aspectos de serviços de inteligência podem ser os principais beneficiados pela implementação da inteligência artificial.

O primeiro deles é a automação de processos organizacionais, incluindo o gerenciamento de dados, a fim de monitorar comportamentos de rede suspeitos e a ocorrência de malwares. De acordo com o relatório, a IA vai permitir que agências de inteligência possam responder a esses problemas em tempo real.

O segundo ponto consiste na capacidade da inteligência artificial auxiliar nas análises do comportamento de indivíduos. O estudo da RUSI, no entanto, destaca que a tecnologia será auxiliar e não deve substituir a função de agentes e outros funcionários humanos.

“Nenhum dos casos de uso de IA identificados na pesquisa poderia substituir o julgamento humano. Os sistemas que tentam ‘prever’ o comportamento humano no nível individual provavelmente apresentam um valor limitado para fins de avaliação de ameaças “, diz o artigo.

Por fim, o recurso deve aprimorar a capacidade de agências de espionagem, ao passo que uma quantidade cada vez maior de informações poderão ser coletadas e processadas mais rapidamente. Em contrapartida, essa capacidade pode “dar origem a discussões adicionais acerca da privacidade e dos direitos humanos” nas redes.

Neste ponto, o estudo destaca como um dos grandes desafios, estabelecer qual é o nível de monitoramento adequado dos indivíduos diante do interesse nacional; e quando casos de comportamento suspeitos com base nos dados coletados devem se tornar investigações ativas.

O trabalho reconhece que diante de tantas barreiras, pode ser necessário alterar orientações já existentes dentro das corporações de espionagem para adequar as agência ao uso da inteligência artificial.

Fonte: Zdnet / Rusi.org (Relatório)

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital